quinta-feira, 28 de julho de 2011

Judas Priest e Queensrÿche no Pavilhão Atlantico 27/07/2011


Ainda estávamos em 2010 quando a banda anunciou a Epitaph Tour, a tour que iria dar por encerrada as longas viagens que a banda já faz há quase 40 anos, tournées longas a percorrer o mundo já é algo que custa a estes dinossauros do Metal, mas como a própria banda já o disse futuras oportunidades de voltarem a actuar ao vivo não foram postas de partes, tocar em festivais ou eventos especiais é algo possível num futuro próximo e ate mesmo novos albums estão em cima da mesa.

Em Abril deste ano a saída de um dos membros fundadores, falamos pois do lendário guitarrista K. K. Downing, deixou tanto a banda como os fãs completamente desprevenidos, a saída desta figura mítica neste momento especial de carreira não estava nos planos de ninguém, a banda como não quis cancelar a enorme tour de despedida foram chamar uma promessa do Metal, o jovem Richie Faulkner, que fazia parte da banda da Lauren Harris, que para os mais distraídos é a filha do baixista dos Iron Maiden, Steve Harris.

Foi com esta mudança no esquema táctico que a banda se apresentou no nosso país. Sendo a banda em questão uma das mais importantes da história do Metal seria de prever uma boa casa no Pavilhão Atlântico, mas mesmo antes de se entrar já se via cá fora que a chamada não foi forte como se espera. Á hora de abertura de portas deveriam ser 300 ou 400 o número de pessoas que figuravam na parte de fora do recinto, aquando da entrada no mesmo era notório o quão á frente foi chegado o palco, estávamos perante o que tinha acontecido no mês de Março no concerto de Slayer/Megadeth em que só tinham sido vendidos cerca de 4000 bilhetes, neste caso, olhando para o diversos fossos no publico os presentes deviam rondar os 3000.

Para a Epitaph Tour os Judas Priest chamaram para abrir alguns dos seus concertos os norte americanos Queensrÿche, com cerca de 40 minutos disponíveis a banda trouxe ao cima os seus melhores temas e mostrou a muitos que ainda não os conheciam que eles também são uma força a ter em conta. Com uma carreira de 30 anos e 13 cds na bagagem foi um bocado difícil resumir isto tudo em de 8 temas.

Com um cd lançado este ano seria bem previsível ouvir-se algo do mesmo e “Get Started” foi a única escolhida, não houve tempo para mais, “NM 156” levou a banda aos seus primórdios ao ser retirada do primeiro álbum. Operation: Mindcrime tal como Empire tiveram as honras de ver duas musicas a serem tocadas, de Empire tivemos a faixa titulo e a poderosa Jet City Woman com Geoff Tate em grande a mostrar um estilo de canto bem semelhante ao de Rob Halford. De Operation: Mindcrime foram tocadas as obrigatórias “I Don't Believe In Love” e o clássico da banda “Eyes Of A Stranger” deu por encerrado uma grande concerto de uma banda que bem que podia ter tido mais uns minutos para actuar já que entre o concerto de Queensrÿche e o de Judas Priest houve uma pausa de quase uma hora.

Get Started
Damaged
I Don't Believe In Love
NM 156
Screaming In Digital
Jet City Woman
Empire
Eyes Of A Stranger

Após uma pausa á Axl Rose eis que os Metal God entram em palco com a primeira faixa do álbum de 1980 com a famosa lamina na capa, o “British Steel”. “Rapid Fire” funciona como que uma injecção de adrenalina ao por toda a gente a fazer headbang logo no inicio, previa-se logo de inicio uma noite de velhas glorias. “Metal Gods”, a música que catalogou a banda com o título que tem e a “Judas Rising”, do cd Angel of Retribution que marcou o regresso de Halford após 12 anos de afastamento, ajudaram os presentes a saudar os Metal Gods que estavam naquele momento a dar tudo o que tinham para por toda gente com uma boa recordação do que pode ser o último concerto de Judas Priest para muita gente.

Durante todo o concerto ninguém ficou indiferente ao puto de 31 anos Richie Faulkner, certamente que estaria a realizar um sonho de criança e claro, estando em palco com estas lendas ele tem aproveitado todas as oportunidades para se destacar, enquanto que o resto dos elementos da banda excluindo Halford, que este sempre a percorrer o palco todo de ponta a ponta, Richie permaneceu grande parte do concerto sempre á beira do palco, sempre a puxar pelo publico, a maioria das ocasiões em que se ouviu coro ou se via o publico a bater palmas a acompanhar as diversas batidas de bateria, era ele que fazia o incentivo.

A música em que se nota a transição da banda de uma banda de Rock para uma de Heavy Metal nao podia faltar a este chamamento, “Victim of Changes” mostrou aos mais jovens presente no concerto como a música era feita há 35 anos atrás quando o Heavy Metal ainda estava a dar os primeiros passos. Em jeito de homenagem a banda tocou uma das suas musicas favoritas, a “Diamonds & Rust” que é original da cantora Joan Baez.

“Dawn of Creation”, que é simplesmente a intro do último trabalho da banda que ja data de 2008, abre as portas para uma “Prophecy” épica com Halford vestido com uma das diversas roupas diferentes que usou ao longo da noite abriu caminho para a rápida “Night Crawler” seguida da “Turbo Lover”, musica esta que foi das primeiras músicas em que a banda começou a usar guitarras sintetizadas. Uma coisa que era quase obrigatória nas bandas de Metal dos anos 70/80 era ter uma balada, e “Beyond the Realms of Death” tornou-se uma das melhores dos Priest e ao vivo é uma viagem enorme no imaginário especialmente no solo de guitarra a meio da musica.

A cover dos Fleetwood Mac, “The Green Manalishi (With the Two Pronged Crown)”, que ja é praticamente um habito da parte dos Priest tocarem-na ao vivo, abriu as portas para o show de clássicos que se seguiria. Sim podemos dizer, a inigualável “Breaking The Law” é a música mais famosa dos Judas Priest e tal como tem sido feito no resto da tour Rob Halford deixou aos presentes as honras de puderem ser eles mesmos os vocalistas da noite e ninguém se fez de rogado, a letra toda a gente e quem não sabe a letra sabe pelo menos o refrão, por isso foi um grande momento em que os fãs puderam partilhar entre si mesmos.

Para fechar a primeira parte do concerto eis que chega o hino dos anos 90, a “Painkiller” que tal como a “Fear Of The Dark” dos Iron Maiden foram ambas feitas na década de 90, que quem não sabe foi a década menos produtiva no que toca a Heavy Metal mas ambas as musicas tornaram-se dois hinos que ficaram para sempre em todas as setlists que ambas as bandas tocassem ate aos dias de hoje. Com um solo de da bateria da parte de Scott Travis no inicio, “Painkiller” pôs toda a gente em sentido. O trabalho de guitarras aqui feito é fabuloso, a dupla Glenn Tipton/K. K. Downing fizeram maravilhas durante quase 40 anos, a partida de K. K. Downing foi uma perda enorme mas a jovem promessa Richie Faulkner esteve sempre á altura a noite toda.

Para fechar a noite nada melhor que três encores, o primeiro levou toda a gente para o álbum de 1982 Screaming For Vengeance e a sua dupla inicial triunfal que esteve sempre junta desde que foi criada, falamos pois de “The Hellion/Electric Eye”, um concerto de Priest sem esta dupla é quase que um crime, o terem tocado neste derradeiro concerto é a prova disso.

Segundo encore, a explosiva “Hell Bent for Leather” com Rob Halford a entrar em palco em cima de uma Harley Davidson e a eléctrica “You've Got Another Thing Comin'” ja deixavam no ar um final de noite em grande mas ficava no ar que faltava mais qualquer coisa e após uns minutos de pausa eis que a banda regressa para interpretar mais uma banda do álbum clássico British Steel, “Living After Midnight” deu por encerrada uma noite que se pode descrever como épica já que muitas das bandas de quando Judas Priest estavam no seu auge hoje em dia já nem existem e as que ainda andam por ai contam-se pelos dedos de uma mão as que ainda conseguem dar tanto espectáculo como os Metal Gods, não diremos adeus porque a banda não irá acabar, mas sim um ate já na esperança de haver algum festival no nosso pais que daqui a uns anos consiga trazer cá estes senhores caso façam uma mini tour só com passagens por festivais.

Battle Hymn
Rapid Fire
Metal Gods
Heading Out to the Highway
Judas Rising
Starbreaker
Victim of Changes
Never Satisfied
Diamonds & Rust
Dawn of Creation
Prophecy
Night Crawler
Turbo Lover
Beyond the Realms of Death
The Sentinel
Blood Red Skies
The Green Manalishi (With the Two Pronged Crown)
Breaking the Law
Painkiller

Encore 1:
The Hellion
Electric Eye

Encore 2:
Hell Bent for Leather
You've Got Another Thing Comin'

Encore 3:
Living After Midnight

Sem comentários:

Enviar um comentário