segunda-feira, 23 de abril de 2012

Storm Corrosion - Storm Corrosion



Eis que chega o muito esperado trabalho de colaboração entre dois dos melhores músicos dos últimos anos, Steven Wilson tanto a solo como com os seus Porcupine Tree e Mikael Åkerfeldt e os seus Opeth, têm vindo nos últimos anos a criar música progressiva que irá perdurar durante anos e anos.

Desde 2001 aquando do lançamento do Blackwater Park que Steven Wilson tem vindo a colaborar diversas vezes com os Opeth, entre cantar, tocar piano e guitarra e produzir alguns albums, Steven tem feito um pouco de tudo. Agora, já com uma amizade longa e para gaudio dos fãs que ambos partilham, eis que finalmente se juntam e pegando no seu fascínio conhecido pelo Prog Rock, criam aqui uma mistura com os elementos que ambos usam nas suas bandas.

Este registo foi descrito por Steven como "a parte final de uma estranha trilogia que fica completa com os últimos trabalhos de Opeth e de Steven Wilson a solo, Heritage e Grace for Drowning, respetivamente. Como já referi, este projeto Storm Corrosion acaba por ser no seu todo uma mistura do que já se conhecia dos trabalhos destes músicos, a faixa- titulo e na “Happy” temos um pouco de ambos os mundos, a nível de composição puxa mais para os trabalhos de Steven mas a secção rítmica com o acústico somos levados para o mundo dos Opeth. “Drag Ropes” e “Hag” respiram fortemente a Porcupine Tree e “Lock Howl” mais parece uma música feita pelo Opeth nas gravações do Heritage.

Olhando para os músicos envolvidos e sabendo o vasto conhecimento musical que possuem, seria de esperar algo um bocado diferente. Um dos pontos fracos aqui, juntamente com as excessivas passagens atmosféricas, é que Mikael Åkerfeldt pouco ou nada canta, agora que finalmente aprendeu a cantar e bem com voz limpa, algo muito criticado no último registo dos Opeth, aqui ele mal se ouve. Agora que já foi desvendado o que aqui está, e vendo que afinal não é uma obra-prima como muita gente esperava, só queremos é que ambos regressem às suas bandas/projetos e continuem a boa musica que tem feito nos últimos 20 anos. 8.3

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Before the Dawn - Rise of the Phoenix


‘Porra, mas este homem não tira férias?’, isto é o que alguém que sabe quem é Tuomas Saukkonen pensa dele. Entre lançamentos com os Before the Dawn, Black Sun Aeon e os mais recentes RoutaSielu, este Rise of the Phoenix dos Before the Dawn é o sétimo trabalho (oitavo se contarmos a participação dele como baterista no projeto Finlandes de Deathcore/Thrash Metal, The Final Harvest) que Tuomas lança em apenas em 5 anos.

Tal como todos os trabalhos deste multi-instrumentista Finlandês, este registo tem um enorme trabalho de guitarras com uns riffs bem marcantes e Tuomas Saukkonen afirma-se cada vez mais a cada lançamento como um dos melhores cantores de gutural da atualidade. Mais uma vez os países Nórdicos mostram ao mundo como se faz bom Death Metal Melódico capaz de agradar ate aos mais puristas ouvintes de Metal que rejeitam completamente tudo que tenha voz gutural.

Não há muito a destacar neste trabalho, no geral é mais um bom trabalho de um músico que já se viu que tem muito para deitar ca para fora e que ainda vai demorar mais uns anos ate descansar um pouco. As músicas fluem de uma maneira incrível quando prestamos atenção a todos os pormenores de guitarra aqui incorporados, em todas as músicas encontramos pormenores deliciosos, “Throne Of Ice”, “Perfect Storm”, “Phoenix Rising”e a música final “Closure” são os melhores exemplos. 8.4

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Korpiklaani + Trollfest + Gwydion na Republica da Musica 17/04/2012



Cerveja/Beer, Hidromel, Tequila e Vodka, estas foram as palavras da noite que marcaram uma excelente noite de Folk na Republica da Musica. Antes da entrada houve á porta do recinto, muito convívio, muitos litros de cerveja digeridos e autógrafos e fotos conseguidos com Jonne Järvelä, vocalista e guitarrista dos Korpiklaani.

São poucos os concertos realizados na Republica da Musica em que o som fica com um nível minimamente decente, os da noite passada foram de longe os que melhor som já pude ouvir na sala de Alvalade, nem muito alto nem muito baixo, vozes ouvidas na perfeição.

A abertura foi reservada para a maior banda de Folk a nível nacional, os Gwydion. Apos terem aberto o concerto dos Turisas o ano passado em Corroios, eis que a banda Lisboeta recebe um convite da maior banda de Folk a nível mundial. Como se pode notar nas fileiras da frente do público, eram muitos os conhecedores da música destes guerreiros que tem vindo a crescer de ano para ano.

Fara I Viking
From Hel to Asgard
Mead of Poetry
Triskelion Horde is Nigh
Oddhin´s Cult
Six Trials to become a Beerzerker

De seguida vieram os Noruegueses Trollfest que tem vindo a acompanhar os Korpiklaani pela Europa fora, no final do concerto foi impossível não notar que eles são de longe uma das bandas mais loucas que já passaram pelo nosso país, via-se que faltava uns quantos parafusos aos elementos da banda e com o passar do tempo isso só ajudou a criar um ambiente de pura loucura ao longo do concerto. Sendo desconhecidos da maioria dos presentes, os Trollfest nem reparam nisso e graças á sua energia contagiante e a um Trollmannen (vocalista) bastante comunicativo, realizaram um grande concerto.

De certeza que ninguém estaria á espera de ver tamanha loucura da parte do público, antes de a banda entrar em palco soou a intro “Trollkamp”, com a sua composição de circo do mais freak possível, pôs toda a gente pronta para estremecer a Republica da Musica. “Legendarisk Ol”, “Die Verdammte Hungersnot” e “Den Apne Sjo” deram motivos a muita gente para se mexerem, e mexer digo circle pits, stage dives e crowd surf, para quem não se queria meter nisto nada melhor que uns passos de dança com um copo de cerveja na mão.

Todas as bandas tiveram direito a bebida grátis, assim que acabava uma música alguém do público aparecia junto às grades a oferecer um copo de cerveja, Trollmannen, provou ambas as cervejas disponíveis, Super Bock e Sagres, levando a diversos comentários pelo público sobre qual a melhor.

Pela reação do publico, a musica “Der Jegermeister” é musica mais conhecida dos Trollfest, mas foi “Gjetord” com ajuda do público que roubou o titulo para melhor momento do concerto dos Trollfest, Trollmannen, vocalista dos Trollfest, foi sempre bastante comunicativo e sempre soube como puxar pelo publico e devem ter sido poucas as pessoas que não ajudaram no refrão na “Gjetord” de cada vez que o microfone era virado na direção do publico para se ouvir a plenos pulmões uns valentes ‘hey’.

Intro: Trollkamp
Legendarisk Ol
Brakebein
Die Verdammte Hungersnot
Karve
Den apne sjo
Du kom for seint
Jegermeister
Gjetord
Korstog/uraltes elemtene
Essenfest
Garm

Que dizer do concerto de Korpiklaani, se nos concertos de Gwydion e Trollfest ainda havia pessoas que não tinham entrado no espirito da festa então as “Hunting Song”, “Journey Man” e “Cottages and Saunas” puseram toda a gente a celebrar e a esquecer que no dia a seguir tinham que ir trabalhar ou estudar. “Juodaan viinaa”, uma cover de Hector Veikko serviu para se mostrar uns quantos passos de dança. “Lonkkaluut”, “Kipumylly”, “Vaarinpolkka”, não há muitas maneiras de descrever estas músicas quando são tocadas as vivo, foram feitas de propósito para se celebrar de todas as maneiras e feitos possíveis. ‘What do you want do drink?’ deu o mote para “Vodka”, uma das muitas músicas dos Korpiklaani com referência a uma bebida.

Por incrível que pareça, a “Iron Fist” dos Motörhead demorou um pouco a ser reconhecida pelos presentes, mas assim que se fez um click na cabeça de cada pessoa foi mais um momento para perder mais uns litros de suor. A noite já ia longe, quando as forças já eram poucas e o calor dentro da sala estava como se fosse um dia de verão com a temperatura acima dos 30º, eis que a banda arrebenta com a sequência preferida de toda a gente, “Tequila”, “Happy Little Boozer” e “Beer Beer”, com isto as dores desapareceram, as forças foram redobradas e o circle pit ficou ainda mais frenético e maior.

No fim do concerto só se pode desejar que os Korpiklaani e os Trollfest voltem o mais depressa ao nosso país, são concertos assim que faz uma pessoa sair de casa e saber que é dinheiro bem gasto.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Yossi Sassi - Melting Clocks


Qualquer pessoa que tenha entrado em contado com música Oriental feita por bandas de Metal já ouviu falar no guitarrista Yossi Sassi. Os Orphaned Land, banda onde Yossi é o guitarrista principal e um dos seus principais compositores a par do vocalista Kobi Farhi, são a banda do género que tem vindo a receber mais atenção graças á sua fusão perfeita entre Death Metal Progressivo com as influências orientais, influencias essas que são incluídas graças aos vastos conhecimentos de Yossi Sassi sobre diversos instrumentos de cordas.

Neste seu projeto a solo, Yossi, chama alguns amigos, o mais sonante é sem dúvida Marty Friedman, ex-Megadeth, e claro, tal como nos Orphaned Land, ele aqui também usa as suas ferramentas prediletas como o Saz, Bouzouki, Oud e Chumbush. Este Melting Clocks (possível referencia ao trabalho ‘A Persistência da Memória’ de Salvador Dalí) é uma viagem única pelo mundo graças aos instrumentos tradicionais aqui incorporados.

Tal como o músico indica no seu site: “Todos temos a nossa rotina, a nossa vida no dia á dia – mesmo que cada dia pareça semelhante, embora diferente, do dia anterior.. Melting Clocks é um trabalho conceptual sobre a vida, possivelmente a SUA vida, em cada dia.”. Deixo aqui como ele descreve  a sua criação explicando o que significa cada faixa:

  “Este dia começa com o despertar de uma nova manhã ("Drive"), enquanto você está sendo elaborado a partir de um fragmento de um sonho, com a visão de campos infinitos sobre o nascer do sol ("Fields of Sunrise").

A realidade ataca assim que você fizer o seu caminho para onde você precisa de estar e bate o tráfego denso nas estradas. Enquanto você negocia a hora de ponta de manhã, os pensamentos da sua verdadeira vocação estão subindo dentro de si ("The Calling: Rush Hour").

As notícias trazem dados e estatísticas intermináveis​​ em vez de empatia – o nosso é um mundo de números – palavras tornam-se poucas ("Numbers’ World").

Os pensamentos assumem controlo durante o meio-dia ("Melting Thoughts"). Você pode se sentir que você não é bom o suficiente ("Ain’t good enough"). Assim que o dia se desenrola, os pensamentos da sua rotina assumem controlo ("The Routine").

Você se sente como se você fosse incapaz de seguir seus sonhos e acender sua alma, mas a verdade é que você pode! ("Sahara Afternoon").

O pôr-do-sol anuncia o encerrar do dia, e finalmente você é capaz de relaxar um pouco ("Sunset"). Você sente esperança para um amanhã melhor – ainda assim, sente que é quase certo que, muito provavelmente, amanhã será mais um dia do mesmo ("Simple Things").

Noite – quase hora de dormir – e as coisas simples parecem tão complicadas. Você enfrenta os seus demônios e medos, como os relógios que você construiu para si mesmo estão derretendo. Você deixa-se mergulhar no sonho mais uma vez, apenas para acordar na manhã seguinte para mais um dia ("Melting Clocks")."

Este não é o típico album instrumental em que ouvimos um guitarrista a querer dizer que é o mais rápido ou o mais técnico, ou então que repete o que faz na sua banda, aqui Yossi toca com todo o prazer de sempre (basta verem Orphaned Land ao vivo, ele toca sempre a sorrir) e mostra que os seus gostos pessoais são alem fronteiras e consegue, com sucesso, implementar isso tudo num só registo que vai agradar a todos os ouvintes, sejam eles de rock, metal ou ate mesmo jazz. 8.8