domingo, 21 de outubro de 2012

Anathema + Astra no Paradise Garage 20/10/2012




E eis que tivemos mais um concerto da parte dos Anathema, perde-se a conta das vezes que a banda Inglesa já passou pelo nosso país. Apos um glória passagem pela mítica sala Lisboeta em 2010, o Tivoli e uma passagem muito azarada pelo Vagos Open Air de 2011 onde as falhas de eletricidade destruíram mais de metade do concerto, os Anathema regressaram a um pais, que eles próprios já disseram que sentem algo de especial sempre que ca vem.

A tarde foi muito preenchida á porta do recinto, muito convívio, rever velhos conhecidos, fazer novas amizades, ganhar alguns autógrafos e fotos com alguns membros das bandas que vinham ca fora, isto tudo aliado ao excelente tempo que teve comparado com o que teve durante a semana, melhor início de dia era impossível. Uns minutos antes para se puder entrar no recinto, as pessoas na fila tiveram direito a um pequeno concerto da parte de Daniel Cavanagh quando o mesmo decidiu ligar o seu ipod a uma coluna portátil e por músicas dos Green Day, Coldplay, Abba e Metallica para ajudar a relaxar antes de mais um concerto.

Já dentro do Paradise Garage, o início da noite coube aos Californianos Astra e o seu Rock Progressivo/Psicadelico. Com apenas dois albums, The Weirding de 2009 e The Black Chord lançado este ano, e com bastantes músicas de grande duração, os Astra, com apenas 40 minutos á disposição, foram buscar duas músicas a cada album e deixaram literalmente muita gente que não os conhecia de boca aberta.

Cocoon
The River Under
The Black Chord
The Weirding

Apos uma pequena troca de instrumentos no palco e uma troca de palavras entre o publico em relação ao concerto dos Astra, eis que chega a hora da banda da noite. Melhor início de concerto era impossível com as duas partes da Untouchable a serem tocadas de forma sublime e desde cedo se viu que íamos ter direito a um concerto com o som perfeito e um público pronto para tudo, fosse a cantar as letras ou a acompanhar as músicas com palmas. Qualquer fã de Anthema já se emocionou mais que uma vez ao ouvir uma das muitas músicas do excelente reportório da banda, são inúmeras as músicas deles que nos tocam a nível pessoal e a Dreaming Light é uma delas, emoção e sentimento do início ao fim que levou muitos presentes a deitar lagrimas, na primeira fila, uma fã não se conteve, algo que a banda viu e que fez Vincent Cavanagh descer do palco no final da musica para entregar uma garrafa de agua a essa fã.

Mais de metade da set tocada nesta tour é focada nos dois últimos registos da banda, o We're Here Because We're Here de 2010 e o Weather Systems que saiu este ano, mas claro que a banda nunca esquece velhas glorias, Deep, Emotional Winter e Wings of God foram o trio maravilha retirado do mítico Judgement. Antes de uma magistral A Simple Mistake, Daniel Cavanagh aproveitou novamente o estarem em Portugal, para contar como ele próprio conheceu o multi-instrumentista Daniel Cardoso num concerto acústico em Braga em 2008, seguido disto ouviu-se uma merecida explosão de palmas para um músico que ca ainda é desconhecido por muitos, mas que la fora tem o devido reconhecimento.

Daniel Cavanagh escreveu todas as músicas do Weather Systems exceto a The Storm Before the Calm que foi escrita e composta pelo baterista John Douglas, algo que os manos Cavanagh realçaram ao dizer que quis o destino de eles e os manos Douglas (baterista John Douglas e a vocalista Lee Douglas) já se conhecerem desde os tempos de escola graças a terem estado sentados juntos durante anos na escola devido aos apelidos começarem por letras que são seguidas umas das outras no alfabeto.

The Beginning and the End foi mais uma das muitas que trouxe emoção ao público, entre ouvir a versão de estúdio e a versão ao vivo não tem a mínima comparação, e isto ate é com quase todas as músicas da banda, o que eles conseguem transmitir em palco é mesmo único e difícil de explicar. A Universal do We're Here Because We're Here representa o que são atualmente os Anathema, Rock Progressivo com muita alma, em termos sonoros estão um bocado longe do que a banda era no inicio de carreira, mas a magia e a paixão sempre se mantiveram.

Para a A Natural Disaster foi pedido para se criar um mar de luz, fosse com isqueiros ou telemóveis (na primeira fila alguém segurou num ipad!), algo que foi feito com relativa facilidade, tudo o que esta banda peça os seus fãs estão dispostos a tal para se criar os melhores momentos possíveis. Antes do encore veio a emblemática Flying com um coro digno de registo.

Apos um descanso de poucos segundos a banda regressou para interpretar a One Last Goodbye, uma música que a própria banda disse que não a tocam com frequência e que a deixam só para momentos especiais, vendo que tocaram nas duas datas em Portugal e que durante a tour só a tocaram por mais uma ou duas vezes, é fácil de ver o tipo de relação que a banda tem com o nosso país. Para o final ficou a música das músicas, Fragile Dreams, encerrando mais um grande concerto, sim mais um, no que toca a criar e a tocar musica ao vivo estes senhores e senhora são do melhor que há.

Já ca fora apos o concerto, mais uns momentos para mais autógrafos e fotografias e de se ver a banda a conhecer finalmente os pais do membro mais novo dos Anathema, Daniel Cardoso.

Untouchable, Part 1
Untouchable, Part 2
Thin Air
Dreaming Light
Everything
Deep
Emotional Winter
Wings of God
A Simple Mistake
Lightning Song
The Storm Before the Calm
The Beginning and the End
Universal
Closer
A Natural Disaster
Flying

One Last Goodbye
Fragile Dreams

Para fotos do concerto é só seguir este link: Anathema + Astra no Paradise Garage 20/10/2012

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Vagos Open Air 2012



Pelo segundo ano consecutivo marquei presença na Lagoa do Calvão, Enslaved foi a primeira confirmação que me deixou agradado, uma banda que muito queria ver e que não pude ver na ultima edição do Bracara Extreme Fest. Mas foram as confirmações dos míticos At The Gates e Nasum que me puseram num autêntico estado de ansiedade, duas bandas que eu nunca imaginaria ver na vida finalmente no nosso pais e no mesmo dia, com isto confirmou-se a minha deslocação ao Vagos Open Air.

Os espanhóis Northland embora algo desconhecidos da maioria dos presentes acabaram por ter um receção digna de uma banda que tocasse umas horas depois, muita energia do princípio ao fim que pós em delírio muitos dos presentes, o crowd surf apareceu cedo no V:O:A:.

Where The Heroes Die
Northland
Whispers In The Wind
The Old Town's Inn
Immortal Forest Song
Revenge

Eluveitie aproveitou que o público estava sedento para mais Folk Metal para mostrarem que eles são atualmente a melhor banda do género, com uma set muito virada para o seu último lançamento Helvetios os Eluveitie chegaram, arrasaram e convenceram quem ainda não os conhecia.Com os coros na ‘Alesia’ e a destruição na ‘Kingdom Come Undone’ (com direito a wall of death) do excelente Everything Remains as It Never Was o concerto dos Eluveitie foi muito bom e seguramente fará a banda pensar em ca voltar para uns concertos em nome próprio.

Helvetios
Luxtos
Neverland
Bloodstained Ground
Meet the Enemy
A Rose for Epona
Inis Mona
Alesia
The Uprising
Kingdom Come Undone
Havoc

Que dizer de Enslaved, uma das bandas que mais se tem destacado nos últimos anos graças a registos com uma qualidade enorme. Com uma set extensa os Enslaved mostraram que o Black Metal não é só barulho como muita gente pensa, dentro do espectro Black Metal eles são neste momento das poucas, se calhar ate mesmo única banda que esteve presente no início do movimento e que agora criam música simplesmente única e diversificada mantendo na mesma as características essenciais do género.

‘Ethica Odini’ logo no início foi a intro perfeita para um concerto fora de serie, ‘Ground’ para as senhoras deixou de certeza algumas pessoas que ainda não conheciam Enslaved de boca aberta e a Immigrant Song’ foi sem dúvida um dos momentos do ano, cover mais que perfeita de uma música já mítica original dos Led Zeppelin, o toque ‘Enslaved’ fez um resultado incrível. Para o fim quando se pensava que iriamos ficar pela ‘Allfaðr Oðinn’ a banda toca um dos maiores clássicos do seu catálogo, ‘Isa’ arrepiou e encantou ao mesmo tempo.

Ethica Odini
Raidho
Fusion of Sense and Earth
Ground
Return to Yggdrasil
Giants
Ruun
As Fire Swept Clean the Earth
Immigrant Song (Led Zeppelin cover)
Allfaðr Oðinn
Isa

Em relação a Arcturus apenas digo que não vi o concerto em si, apenas ouvi algumas músicas enquanto jantava e tal como suspeitei, (na minha opinião) ICS Vortex não consegue interpretar as músicas que originalmente foram gravadas com o mítico vocalista dos Ulver, falo de Kristoffer “Garm” Rygg. A minha musica favorita dos Arcturus, a 'Nightmare Heaven', assim que acabou fiquei parvo a pensar no que tinha acabado de ouvir, parecia que tinha sido cantada na zona de campismo por pessoal bêbedo às 4 da manha através de um megafone..

Creio ser impossível discordar quando digo que os At The Gates marcaram a edição deste ano. Assim que a banda se reuniu em 2008, apos mais de 10 anos de inatividade, de certeza que todos os anos, desde que o Vagos se formou, que o festival os tentou puxar ate cá sendo eles a banda mais importante do movimento Death Metal Melódico. A confirmação de ATG vem mostrar uma coisa que o Vagos tem aproveitado sempre que tem sido os regressos e reuniões, em 2009 trouxeram Cynic, 2010 os Carcass, 2011 os Morbid Angel (com um regresso muito criticado), e este ano tivemos uma chuvada, ATG, Nasum, Coroner e Arcturus.

Toda a gente conhece o mítico Slaughter Of The Soul – album que foi tocado quase todo na íntegra – por isso a reação às músicas retiradas desde portentoso álbum fizeram as delícias das pessoas presentes no mosh pit. GO! foi a palavra de ordem para um concerto em que são poucas as palavras que o conseguem descrever. A favorita faixa-titulo, a exuberante ‘Under A Serpent Sun’, a devastadora ‘Suicide Nation’, a inspiradora ‘Blinded By Fear’, a faixa-perfeita-para-arrebentar-com-o-corpo-todo ‘World Of Lies’.. escolham vocês mesmos qual o melhor momento deste mítico concerto que eu não consigo, só sei que nunca mais me vou esquecer do que presenciei.

Slaughter of the Soul
Cold
Terminal Spirit Disease
Raped by the Light of Christ
Under a Serpent Sun
Windows
World of Lies
The Burning Darkness
The Swarm
Forever Blind
Into the Dead Sky
Suicide Nation
Nausea
The Beautiful Wound
Unto Others
All Life Ends
Need

Blinded by Fear
Kingdom Gone

Apos a total destruição que foi At The Gates era de imaginar que seriam poucas as pessoas que ainda teriam forças para testemunhar o concerto dos Nasum e o seu Grindcore, tal coisa veio a acontecer embora muitos corajosos se mantiveram para ver o concerto desta mítica banda e no que toca ao mosh pit mesmo sendo grande contou com um terço das pessoas que tiveram no pit de At The Gates, em relação aos “desistentes” o vocalista Keijo Niinimaa apelidou-os de ‘suckers’ por não terem forças para aguentar mais um concerto.

Sonoridade Grincore e festival ao ar livre.. de certeza que não fui o único a temer que o som iria ser muito mau mas para surpresa das supressas o concerto dos Nasum ate acabou por ter um som melhor que muitos concerto no resto do festival, todos os instrumentos ouviram na perfeição e a voz de Keijo Niinimaa, vocalista dos Rotten Sound prestou a devida homenagem ao antigo vocalista da banda, Mieszko Talarczyk, que faleceu em 2004 no tsunami na Tailândia.

Fecho de noite em grande de um concerto que agradou a muitos presentes que desconheciam Nasum (eu próprio sei de alguns casos), destruição foi a palavra de ordem assim que a fala do filme ‘Andy Warhol's Frankenstein’ de onde a banda retira o nome se ouviu no sistema de som do festival, “..but what we really need now is the perfect.. NASUM”, a partir daqui a banda mostrou quem sempre foram os reis do género, dá mesmo pena que esta mítica banda do Grindcore nunca mais irá atuar ao vivo depois deste ano.

Mass Hypnosis
Scoop
Bullshit
Relics
Shadows
Corrosion
Multinational Murderers Network
Parting Is Such Sweet Sorrow
I See Lies
Tested
Time to Act!
Fury
Wrath
I Hate People
The Black Swarm
Inhale/Exhale

Ao contrario do ano passado na manha de sábado, este ano o tempo esteve perfeito na Lagoa do Calvão, uns quantos raios de sol a romper por entre as arvores enquanto uma brisa suave soprava no ar, melhor era impossível para se estar em boa companhia, começar a trocar impressões sobre o que se viu no dia anterior e aproveitar para fazer novas amizades enquanto se jogava umas cartadas e almoçava.

A cerca de 2 horas para a abertura de portas já se avistavam algumas dezenas de pessoas junto á entrada do recinto, enquanto muita gente ainda acordava ou estavam a descontrair á espera de mais um dia de peso, estas figuras que estavam na porta só sabiam berrar e a dizer cenas sem anexo, como se previa o ambiente estupido que se verifica sempre em festivais como Rock In Rio e em concertos de certas bandas da moda (Metallica, Slayer, Megadeth, Machine Head, etc) infelizmente chegou ao Vagos.. não sei se essas mesmas pessoas se aperceberam mas toda a gente que estava na zona de campismo e na zona de comes e bebes pensou que aquelas alminhas só estavam a passar figuras tristes, ate os próprios seguranças falavam entre si para se abrir as portas mais cedo só para que as pessoas se calassem.. 

Pondo de parte este infeliz momento que mais ninguém se quer lembrar, assim que esses ‘fás’ entraram chegou a hora do resto do pessoal começar a entrar, sem pressas a maioria das pessoas la foram entrando para reservar o seu lugar, outras como eu foram dar mais uma vista de olhos á zona de merch, no dia anterior só tive tempo de comprar a já obrigatória tshirt do festival, mas este ano ate pareceu que havia menos oferta entre o merch em comparação com o ano passado em que havia mais quantidade e diversidade.

Do 2º só prestei devida atenção a partir de Coroner, do que ouvi de Mindlock eles são um rip-off bem fraco de Pantera, dá para aquecer o pessoal mas nada de mais. Chthonic ate se ouviu bem enquanto se bebia uns copos e Textures do que ouvi é como o que fazem em estúdio, não consigo gostar, é só mesmo para fãs.

Após mais umas horas de convívio e rever amigos chegou a hora de levantar das mesas e ver do que os Coroner so feitos, deles só tinha ouvido umas 2 musicas que me tinham mostrado e que eu acabei por gostar, mas sinceramente não esperaria um concerto tao bom, mistura de Thrash, Heavy e Prog única, os 16 anos de inatividade não abrandou a banda.

Golden Cashmere Sleeper, Part 1
(Intro only)
Internal Conflicts
Serpent Moves
Masked Jackal
Status: Still Thinking
Metamorphosis
Die by My Hand
The Lethargic Age
Semtex Revolution
Gliding Above While Being Below
Divine Step (Conspectu Mortis)
Grin (Nails Hurt)
The Invincible

Os Americanos Overkill acabaram por ser uma boa surpresa e fizeram as delícias da comunidade Thrash que se deslocou este ano ao V:O:A:. As espectativas em torno deste concerto eram enormes, não fossem os albums Ironbound (2010) e The Electric Age deste ano algumas das melhores propostas a nível de Thrash Metal a serem lançados nos últimos anos.

‘Electric Rattlesnake’, ‘Ironbound’ e o clássico ‘Rotten to the Core’ foram motivos mais que suficientes para se verificar uma enorme loucura no epicentro do publico, mas foi a cover ‘Fuck You’ – original dos The Subhumans – que pôs o Vagos inteiro a berrar em uníssono num final de concerto que acabou por superar todas as expectativas, mas que se viu um Bobby Ellsworth na voz a mostrar sinais claros que a idade já pesa.

Come and Get It
Bring Me the Night
Elimination
Wrecking Crew
Electric Rattlesnake
Hello From the Gutter
Ironbound
Save Yourself
Necroshine
Old School
In Union We Stand
Rotten to the Core
Fuck You
(The Subhumans cover)

No dia anterior tivemos o maior nome do Death Metal Melódico, no segundo tivemos a banda que tem vindo ao longo dos anos redefinido essa sonoridade, falo pois de Arch Enemy, esta foi a terceira vez que os vi e foi notório ver que com o passar dos anos eles estão cada vez melhores, mas embora estando melhores a nível técnico e no sentido de conseguirem empregar mais agressividade, também vê-se bem que a banda tem estado muito em modo automático nos últimos anos.

Nem com um Daniel Erlandsson na bateria com uma mão partida os abrandou. Para Michael Amott foi a segunda vinda dele ao Vagos Open Air, tendo sido a primeira em 2010 com Carcass. Com uma set um pouco curta para um cabeça de cartaz, a banda percorreu um pouco pela discografia toda, os clássicos ‘Ravenous’, ‘Dead Eyes See No Future’, ‘We Will Rise’ e ‘Nemesis’ juntamente com a ‘No Gods, No Masters’ da mais recente proposta da banda Khaos Legions, foram as músicas com mais destaque de um concerto em que se espera melhor e que no final ate poderia acabar mal quando se viu Angela Gossow com uma bandeira da Espanha na mão, algo que muitos presentes não repararam porque ela foi avisada a tempo e largou-a no chão antes de a erguer no ar, so deus sabe como seria a reação das pessoas neste que foi o ultimo concerto do Vagos Open Air 2012.

Yesterday is Dead and Gone
Ravenous
My Apocalypse
Bloodstained Cross
The Day You Died
Under Black Flags We March
Dead Eyes See No Future
Guitar Solo
Silent Wars
No Gods, No Masters
Dead Bury Their Dead
We Will Rise
Snow Bound
Nemesis
Fields of Desolation

Final de mais uma edição do Vagos Open Air, mais uma edição de estreia para muitos presentes que certamente se irão juntar em mais futuras edições de um festival que não para de se afirmar a nível nacional. Que para o próximo ano a qualidade se mantenha e que as surpresas de última hora como foi Nasum continuem para gaudio de muita gente amante das sonoridades mais extremas.

Quem quiser ler a review da edição do ano passado é só carregar neste link: Vagos Open Air 2011: A Viagem

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Russian Circles + Deafheaven no Musicbox 13/05/2012



Para muitos dos presentes, os Deafheaven eram uma banda desconhecida, mas pelas conversas que se ouviu na fila de entrada notou-se que havia pessoas que ate foram mais para ver esta banda que nos últimos tempos tem vindo a destacar-se com o seu Post-Rock cruzado com Black Metal e Shoegaze, quase que podemos dizer que são uns Alcest mais pesados.


Roads to Judah, o ano passado, surpreendeu o mundo com a sua incrível potencia, este tipo de sonoridade por vezes chega a sofrer quando é transportado para um palco, mas neste aspeto os Deafheaven conseguiram surpreender, todos os instrumentos ouviram-se na perfeição, em relação á voz só falta estar um nível ou dois acima no volume para que se ouvisse tudo em conjunto na perfeição, mas mesmo pondo isso de parte os Deafheaven chegaram e arrasaram.


“Violet”, “Language Games” e “Unrequited” do album Roads to Judah fizeram as delicias dos fãs da banda, para o ‘grand finale’ só faltava terem tocado a “Tunnel of Tree”, musica que completa o Roads to Judah, mas a banda preferiu tocar “Exit: Denied”, musica retirada da primeira demo da banda lançada em 2010, a escolha ate se compreende, a banda não quer andar sempre a tocar o álbum todo na integra, mas deviam ter tocado esta musica no meio de uma das outras, apos uns 30 minutos diabólicos, os 10 minutos finais da atuação dos Deafheaven chegaram a ser aborrecidos, ‘nonetheless’, foi um grande concerto de uma banda que ainda tem apenas 2 anos de actividade.

Violet
Language Games
Unrequited
Exit: Denied

A um mês de fazer um ano desde que passaram por ca juntamente com a banda japonesa Boris, eis que os Russian Circles regressam ao nosso país como cabeças de cartaz. Quem os viu com os Boris certamente que achou este concerto meio monótono, antes dizer o porquê devo dizer que os elementos que compõe os Russian Circles continuam como sempre a manter uma qualidade elevada, Mike Sullivan na guitarra debita qualquer riff possível e impossível, Dave Turncrantz é um monstro por detrás de uma bateria tao pequena e o baixo do Brian Cook dá um prazer enorme ouvir quando sabemos que o baixo hoje em dia raramente se ouve seja qual for o estilo musical.


Agora em relação ao concerto ter sido ‘meio monótono’, dois pontos, as pausas entre as músicas continuam a ser enormes, tal como no concerto o ano passado foi notório que podiam incluir facilmente mais umas 2 músicas dentro do tempo que tinham disponível, o outro ponto é que a setlist desde concerto foi bastante semelhante ao concerto do ano passado, das 8 músicas de ontem, 5 já tinham sido ouvidas o ano passado.


“Harper Lewis” e “309” são verdadeiras bombas ao vivo, mas assim que levamos com “Geneva” em cima o nosso pescoço já começa a doer, ainda nem tínhamos chegado a meio e o ambiente já estava fantástico. Com a “Youngblood” já se via pessoas a fazer ‘air drums’ e “Mladek” provou ser uma das melhores faixas do último trabalho. Mas foi com a já mítica “Death Rides A Horse” no encore que toda a gente fez headbang.

Carpe
Harper Lewis
309
Geneva
Batu
Youngblood
Mladek
Death Rides A Horse

Fotos cedidas por Nuno Bernardo

domingo, 6 de maio de 2012

Jurassic Club Fest 2012: Vans OTW Music Stage - Dia 5 de Maio (Napalm Death + Holocausto Canibal + Atentado + Adamantine + First Class Tragedy)



Um festival que tem cinco bandas por dia e não consiga respeitar os horários só pode mesmo acabar mal, a hora anunciada para o início dos concertos era às 19:30 algo que foi adiado ate depois das 21 horas (pelo que me foi dito isto também aconteceu no dia anterior), mesmo sofrendo este atrasado enorme a noite ate correu de feição cheia de grandes momentos. 

Entre os intervalos das bandas ouviu-se Iron Maiden, mais concretamente a coletânea lançada o ano passado From Fear to Eternity, que reúne as melhores musicas da banda de 1990 a 2010, vendo muitos dos presentes cantarolar e a fazerem air guitars é de supor que ainda são algumas pessoas que gostem da fase mais recente da banda Inglesa.

Às 21:10 e com o Santiago Alquimista ainda só com cerca de quatro a cinco dezenas de pessoas no público, entram os First Class Tragedy em palco para um concerto de pouco mais de 20 minutos, o som de Hardcore que esta banda de Ansião produz é do mais genérico que existe, sabendo que no final da noite iam estar Holocausto Canibal e Napalm Death, os First Class Tragedy acabaram por ser uma aposta fraca para este dia.

Tragedy
With Our Eyes Closed
A Brighter Future
Love.Hope Faith
Light
Hope
Till The End
The Medicine

Os Adamantine com o seu Thrash Metal moderno também pareciam ser inicialmente uma aposta fraca mas não foi isso que se notou, com apenas 25 minutos disponíveis deram um concerto solido e com o público a responder em grande às suas músicas. “Disciple” dos Slayer demorou a ser reconhecida pelo público, mas assim que André Bettencourt, vocalista dos Adamantine, berra literalmente ‘God Hates Us All, God Hates Us All’, foi o suficiente para por o público em estado de loucura.

Chaos Genesis
Death Comes To Us All/Voodoo (tocadas sem intervalo)
Disciple (Slayer)
Thrash and Devastate

Para quem não os conhece, os Atentado existem desde que a banda de Grindcore Atrofiados acabaram no princípio dos anos 90, o inicio de carreira não foi fácil, os fãs dos Atrofiados não gostaram da mudança de Grindcore para o Crust/Punk levando ao fim da muita curta carreira dos Atentado, o ano passado, o baixista Pedro do Vale decidiu tirar a banda da reformar e gravar algumas musicas e dar concertos.

Com apenas um álbum ainda na bagagem os Atentado mostraram que ao contrário da primeira banda do dia eles não estavam ali para brincar, Crust/Punk sempre a rasgar com músicas rápidas e curtas do registo Paradox deram origem a grandes momentos de mosh. 

Towers of Disgust
Dust
Victimized
Sea of Confusion
Minus One
Dogma Destroyer
Burn Hollywood Bun
Iatrogenocide
No Glory
Wheel of Life (Anti-Cimex cover)
Corrosive
Downfall

Com Napalm Death no cartaz os Holocausto Canibal foram a escolha perfeita para servir de aperitivo, a banda de Rio Tinto tem sido uma das bandas mais ativas do nosso país nos últimos anos e trabalhos como Sublime Massacre Corpóreo e Opusgenitalia tem feito as delícias de muitos fãs de música ‘Gore’.

18 Musicas, 40 minutos (equivalente a um registo desta banda), prestação bem solida, o público sempre a fazer o que lhes competia, Gorefilia sendo o álbum mais recente foi o mais tocado, “Objectofilia Platonica”, “Afogada em Vomito”, “Supremacia Carnívora”, “Lactofilia Destalhada” e “Prepucio Obliterado” foram devastadoras.

Fascinio Paradoxal + Cortex
Objectofilia Platonica
Afogada em Vomito
Amizade Fálica
Supremacia Carnívora
Lactofilia Destalhada
Prepucio Obliterado
Mutilada em 10seg
Violada Pela Motosserra
Perfurada Por Anzois
Orifícios
Trucidada na Paragem
Empalamento
Acrotomofilia Zoofila Requintada
Nojo
Canzana Blenorragica
Putrescencia Necromântica

Devastador, arrebatador, demolidor.. descrevam como bem entender o concerto de Napalm Death, de longe um dos melhores concertos extremos já realizados em Portugal, os reis do Grindcore mundial provaram que são uma das melhores maquinas já criadas.

Em apenas uma hora de concerto injetaram 25 músicas letais, desde o início o público não teve descanso, mosh, stage dive, crowd surf, ambiente perfeito, no meio do público ainda se viu alguns membros de varias bandas nacionais, la bem na frente, a ajudar com as pessoas que faziam stage dive, eram bem reconhecíveis Pedro Pedra e Ivo Martins, vocalista e guitarrista dos Grog, que juntamente com os Holocausto Canibal são as melhores instituições de Brutal Death Metal/Grindcore ca em Portugal, sem dúvida que os Grog ficariam perfeitos neste cartaz.

Tal como Mark "Barney" Greenway apontou desde o início do concerto, a banda tocou músicas de todos os albums, “Errors in the Signals”, “Protection Racket”, “Practice What You Preach”, “Dementia Access”, entre outras, foram todas tocadas com a destruição característica da banda mas foi com o clássico “Suffer the Children” que os tímidos deixaram-se levar pelo espirito e ajudaram a criar o maior circle pit na noite, “Nazi Punks Fuck Off”, cover dos Dead Kennedys foi outro dos momentos da noite.

Para o encore ficou reservado a faixa-titulo do primeiro álbum.. “SCUM”, “Human Garbage”, a já mítica “You Suffer” que mesmo sendo bastante pequena foi sentida por todos e “Instinct of Survival” encerraram uma excelente noite que já ia longa mas que ninguém reparou no tempo passar tal era a rapidez com que as músicas foram interpretadas.

Circumspect 
Errors in the Signals 
Everyday Pox 
Can't Play, Won't Pay 
Protection Racket 
Silence Is Deafening 
The Wolf I Feed 
Fatalist 
Practice What You Preach 
Quarantined 
Next of Kin to Chaos 
Analysis Paralysis 
Dead 
Deceiver 
Dementia Access 
When All Is Said and Done 
Unchallenged Hate 
Nom de Guerre 
Suffer the Children 
Breed to Breathe 
Nazi Punks Fuck Off (Dead Kennedys cover)

Encore:
Scum 
Human Garbage 
You Suffer 
Instinct of Survival

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Storm Corrosion - Storm Corrosion



Eis que chega o muito esperado trabalho de colaboração entre dois dos melhores músicos dos últimos anos, Steven Wilson tanto a solo como com os seus Porcupine Tree e Mikael Åkerfeldt e os seus Opeth, têm vindo nos últimos anos a criar música progressiva que irá perdurar durante anos e anos.

Desde 2001 aquando do lançamento do Blackwater Park que Steven Wilson tem vindo a colaborar diversas vezes com os Opeth, entre cantar, tocar piano e guitarra e produzir alguns albums, Steven tem feito um pouco de tudo. Agora, já com uma amizade longa e para gaudio dos fãs que ambos partilham, eis que finalmente se juntam e pegando no seu fascínio conhecido pelo Prog Rock, criam aqui uma mistura com os elementos que ambos usam nas suas bandas.

Este registo foi descrito por Steven como "a parte final de uma estranha trilogia que fica completa com os últimos trabalhos de Opeth e de Steven Wilson a solo, Heritage e Grace for Drowning, respetivamente. Como já referi, este projeto Storm Corrosion acaba por ser no seu todo uma mistura do que já se conhecia dos trabalhos destes músicos, a faixa- titulo e na “Happy” temos um pouco de ambos os mundos, a nível de composição puxa mais para os trabalhos de Steven mas a secção rítmica com o acústico somos levados para o mundo dos Opeth. “Drag Ropes” e “Hag” respiram fortemente a Porcupine Tree e “Lock Howl” mais parece uma música feita pelo Opeth nas gravações do Heritage.

Olhando para os músicos envolvidos e sabendo o vasto conhecimento musical que possuem, seria de esperar algo um bocado diferente. Um dos pontos fracos aqui, juntamente com as excessivas passagens atmosféricas, é que Mikael Åkerfeldt pouco ou nada canta, agora que finalmente aprendeu a cantar e bem com voz limpa, algo muito criticado no último registo dos Opeth, aqui ele mal se ouve. Agora que já foi desvendado o que aqui está, e vendo que afinal não é uma obra-prima como muita gente esperava, só queremos é que ambos regressem às suas bandas/projetos e continuem a boa musica que tem feito nos últimos 20 anos. 8.3