sábado, 26 de novembro de 2011

Professor Fate

Muita gente pode pensar que é uma referência à icónica personagem caracterizada por Jack Lemmon no filme de 1965, o The Great Race, talvez sim, talvez não, mas só no nome, porque Professor Fate conta a história da obra literária, A Divina Comédia.

Para quem não conhece, A Divina Comédia é um poema de cariz épico escrito por Dante Alighieri entre 1308 e 1321, ano em que morreu. Este trabalho possui uma visão imaginativa e alegórica sobre a vida após a morte e é dividido em três partes, o Inferno, o Purgatório e o Paradiso.

Eletrónica, rock, prog, jazz, música neoclássica, musica avant-garde a rebentar pelas costuras e no meio de tudo isto ainda ouvimos momentos saídos de filmes de carater épico, um pouco de tudo pode ser ouvido neste projecto que foi criado em 2002 mas só em 2007 viu a luz do dia aquando do lançamento de The Inferno, um brilhante trabalho conceptual feito por Mick Kenney que aqui sem aventura a solo.

Mick Kenney é conhecido por ser o guitarrista, baixista, baterista, programador e produtor da banda Anaal Nathrakh. Quem conhece os Anaal Nathrakh e queira ouvir Professor Fate.. esqueçam tudo o que Mick fez nos AN, aliás, pensem no Kristoffer “Garm” Rygg e na reviravolta que ele fez na sonoridade dos Ulver ao introduzir o mais variado tipo de musica que normalmente não se encontra em musica extrema.

Neste projecto, mas só como participação, podemos ouvir Attila Chsihar dos Mayhem e Kristoffer “Garm” Rygg do Ulver. Ulver esses, que são uma clara influência neste The Inferno, onde entramos numa viagem alucinante por diversos ambientes sombrios e ao mesmo tempo belos. “Avarice And Prodigality” é uma faixa que se podia encontrar na maioria das bandas-sonoras de filmes tanto épicos como de acção, mas é com a “Limbo”, a segunda faixa e provavelmente a melhor deste trabalho que o ouvinte é logo preso neste mundo, a participação de Garm nesta musica é um culminar perfeito da combinação de duas grandes vozes.

Esta é mais uma de muitas perolas esquecidas pela sociedade, neste caso isso acontece por causa da conhecida carreira que o seu mentor tem com os Anaal Nathrakh ao que leva muitos ouvintes deste género de música a nunca vir a ter contato com este fabuloso trabalho.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Amorphis + Leprous no Incrivel Almadense 22/11/2011

Devido aos concertos terem começado mais cedo que o normal, e embora tendo 3 bandas no cartaz já se poderia deduzir em antemão que tal coisa viesse a acontecer, não foi possível presenciar na totalidade o concerto dos Espanhois NahemaH, por isso não vai ser dada a opinião sobre a sua prestação.

Não se sabe se é devido á música dos Leprous ser muito técnica que ao vivo tanto podemos estar a ouvir algo bem trabalhado quando ouvimos aquele piano a funcionar bem com as guitarras ou então a técnica é demasiada e passado um bocado começa mais a parecer confusão, é mais ou menos assim que podemos caracterizar a prestação desta banda que já ca esteve no nosso pais, mais precisamente no Vagos Open Air deste ano com o Ihsahn ao ajudarem da interpretação dos temas da carreira a solo do ex. vocalista dos Emperor.

Como foi dito, a prestação dos Leprous teve muitos altos e baixos, um dos pontos negativos foi a da guitarra principal ter o volume muito baixo, os principais riffs das musicas mal se ouviram e isso estragou vários momentos do concerto desta banda que em estúdio mostra muita qualidade e ao vivo tem muita vontade de dar espetáculo mas precisam de rever melhor que musicas tocarem ao vivo. Musicas como “Waste of Air” e “Forced Entry”, quando ouvidas em álbum nota-se a clara complexidade que possuem, mas transportas para concerto parece que lhes falta algo e tem momentos de quase desastre.

Tirando os pontos mencionados a banda deu um concerto dentro do razoável, o vocalista Einar Solberg tem uma voz com um alcance que muito poucos conseguem. Tanto vai em poucos segundos do gutural ao melódico e com berros como se fosse a coisa mais fácil do mundo, os guitarristas fizeram o que podiam mesmo tendo os problemas que tiveram com o som e a bateria por diversos momentos parecia completamente ‘off’ do resto do ritmo.

Thorn
Restless
Passing
MB. Indifferentia
Waste of Air
Dare You
Forced Entry

Os Amorphis neste momento são a par com os Opeth e Orphaned Land as bandas que melhor conseguem cruzar o gutural com melodia, só que no caso dos Finlandeses a parte melódica é do mais melódico que pode haver, melodia é das maiores características das bandas dos países nórdicos. Com um início de carreira marcado por uma sonoridade só dentro do Death Metal, a banda ao longo dos anos e com a introdução do atual vocalista Tomi Joutsen, transformou a sua musica em arte pura, e foi arte o que se pode ver e ouvir no Incrivel Almadense numa noite/dia marcado pelo frio constante.

Uma rápida “Song of the Sage” e “My Enemy” retiradas do último album, o The Beginning Of Times, deram início a um concerto que desde cedo ficou marcado pelos headbangs constantes feitos a cada batida ou riff de guitarra. Com a “The Smoke” foi o regresso ao passado ate ao album Eclipse, álbum que marcou a estreia do vocalista Tomi Joutsen com os Amorphis.

Tomi Joutsen foi sempre figura de destaque. É um ‘frontman’ como poucos, a sua voz é poderosa com os seus tremendos guturais e voz melódica a acompanhar os sons sinfónicos das guitarras e pianos. O segurar do seu microfone personalizado teve vários momentos ao longo do concerto, ao cantar com voz melódica parecia que estava a agarrar um copo de vinho e quando estava a mostrar a sua voz gutural parecia ter uma marreta na mão prestes a destruir tudo o que visse á frente. A sua presença em palco com os seus ‘dreadlocks’ gigantes dão-lhe uma imagem única que pode ser vista e apreciada nos momentos em que ele começa a fazer ‘windmill’ (forma de headbang que se define por fazer movimentos circulares como o movimento de um moinho ou dos ponteiros de um relogio). E o colete cheio de tachas que usou mete respeito a um Rob Halford que popularizou aquele género de indumentária na música pesada.

“You I Need”, mais uma musica do ultimo trabalho da banda abriu portas para a musica preferida de Tomi Joutsen como o próprio disse antes de a banda a tocar, “Sampo” foi um dos melhores momentos sem noite. Antes de interpretarem “Crack in a Stone”, a ultima musica do ultimo álbum a ser tocada, a banda fez um regresso enorme ao passado, do primeiro álbum, The Karelian Isthmus de 1993 veio a intro “Karelia” e a monstruosa faixa final “Vulgar Necrolatry” que trouxe os primeiros mosh pit’s da noite, por curiosidade, “Vulgar Necrolatry” é uma cover da banda Abhorrence ao qual o guitarrista Tomi Koivusaari fez parte antes de formar os Amorphis. “Into Hiding” vem do marco do Death Metal Finlandes, o “Tales from the Thousand Lakes”.

“Sky Is Mine”, uma música que segundo Tomi soa a Iron Maiden, e com razão, juntamente com a “Black Winter Day” com a intro da “Magic and Mayhem” também dos “Tales from the Thousand Lakes”, tocada no inico, levou a banda para o merecido descanso. A intro da “Skyforger” mais a fantastica “Silver Bride” trouxe os Amorphis com vontade de fechar a noite em grande, neste momento toda a gente estava a cantar as letras das músicas que se ouviam. “My Kantele” e “House Of Sleep” fecharam mais um grande concerto de um mês recheado em concertos e que pôs muita gente a fazer contas á vida. Os Amorphis podem ca voltar que estes já sempre ter casa cheia porque concertos é algo que eles fazem com os olhos fechados se for preciso.

Song of the Sage
My Enemy
The Smoke
Against Widows
Alone
You I Need
Sampo
Karelia
Vulgar Necrolatry
Into Hiding
Crack in a Stone
Sky Is Mine
Magic and Mayhem (Intro) + Black Winter Day

Skyforger (Intro) + Silver Bride
My Kantele
House Of Sleep

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Opeth + Pain of Salvation no Incrível Almadense 20/11/2011

Após a vinda ao Vagos Open Air deste ano como cabeça de cartaz, os Opeth confirmaram mais uma presença no nosso país ainda este ano, algo que pôs muita gente em sentido, principalmente os que não puderam ir ao V:O:A. Com eles vieram os conterrâneos Pain Of Salvation, uma banda com uma carreira de respeito dentro do Prog Rock e que também já tem uma base de fãs bem grande, a prova destes factores todos foi o concerto ter esgotado umas quantas semanas antes da sua realização.

Antes de começar a falar na prestação dos Pain Of Salvation tenho que referir que eles deixaram muita gente de boca aberta, em 45 minutos fizeram melhor que certas bandas com concertos de 2 horas. Energia deixada em palco, comunicação banda-publico, o público respondeu o melhor que pode fosse com palmas e coro a acompanhar as músicas.

Os Pain Of Salvation trouxeram no bolso a sua mais recente proposta, Road Salt Two, a segunda parte da temática Road Salt que começou o ano passado com o Road Salt One, ambos os registos foram os que mais músicas emprestaram a este segundo concerto em terras lusitanas, sendo o primeiro e único em 2001. “Softly She Cries” e uma “Conditioned” com direito a saltos do publico com a “Ashes” do The Perfect Element, Part I lançado em 2000 a ser interpretada no meio das musicas do álbum lançado este ano, abriram o mote para um grande concerto da banda da mesma origem dos Opeth, a Suécia.

Uma bela “1979” e “To the Shoreline” cuja sonoridade parece saída de um filme de western mostraram a quem não os conhecia a sua versatilidade no que toca a compor. De um dos mais aclamados albums da banda, o Scarsick a banda foi buscar a “Kingdom of Loss”. Para o fim a banda ficou-se pelo Road Salt One com a frenética “Linoleum” e a divinal “No Way”, foi o encerramento perfeito para um concerto, mesmo tendo sido curto foi muito bom do princípio ao fim.

Apos a atuação dos Pain Of Salvation duas coisas eram certas, os Pain Of Salvation tem mais que capacidade para vir em nome próprio ao nosso pais, em palco eles tem uma atuação muito solida e nesta noite eram raras as pessoas que não os conheciam, o outro ponto é que quem pós este concerto no Incrivel Almadense certamente que não deve conhecer o estatuto que ambas as bandas tem a nível mundial, a cerca de um mês do concerto os bilhetes esgotaram e durante dias e ate mesmo á porta do recinto, varias pessoas procuraram por um bilhete mágico, se isto tivesse ido parar ao Coliseu dos Recreios certamente que iria ter uma sala bem composta na mesma.

Softly She Cries
Ashes
Conditioned
1979
To the Shoreline
Kingdom of Loss
Linoleum
No Way

Apos um curto intervalo para se retirar o material dos Pain Of Salvation eis que chega a hora da que tem sido uma das melhores bandas de metal dos últimos anos, os Opeth. Banda cuja carreira já teve muitas sonoridades, Black Metal, Death Metal, Rock, tudo isto com muito prog e folk pelo meio. Atualmente a banda anda virada para uma sonoridade mais prog dentro do rock dos anos 70’ como se pode constatar na sua ultima proposta, intitulada Heritage, um álbum que conseguiu dividir ainda mais os fãs do que o Damnation quando foi lançado em 2003.

“The Devil's Orchard”, o single de lançamento do Heritage abriu um concerto que ficou marcado pela falta de músicas com voz gutural, algo muito criticado por alguns fãs da banda, mas nem foi isso que impediu que o Incrivel Almandese esgotasse. Após uma execução eximia da “The Devil's Orchard”,Mikael Åkerfeldt, eterno líder dos Opeth mostrou o seu humor característico, “nós somos a banda do bilhete.. e se querem ver fogo de artificio vão ver um concerto dos Kiss”.

A assombrosa “I Feel The Dark” seguida da mais que obvia mas adorada “Face of Melinda” mostrou aos Opeth que já tinha o público mais que rendido. Apos uma longa salva de palmas a banda quis presenciar o publico com algumas palhetas e pelo meio vários pedidos foram feitos pelo publico para a banda tocar certas musicas, “Blackwater Park”, “Ghost Of Perdition” e “The Moor” foram algumas ouvidas a qual Mikael respondeu prontamente “please, no requests”. “Porcelain Heart” com Martin "Axe" Axenrot a ter dito a uns minutos para mostrar o que vale pôs alguns dos presentes a fazer air drums.

“Nepenthe” abriu as portas para um segmento de som acústico que se prolongou com “The Throat of Winter”, uma música feita para o jogo God of War III, neste momento tanto Mikael Åkerfeldt como Fredrik Åkesson estavam a tocar guitarras acústicas. Regresso ao passado, mais concretamente a 1998 e My Arms, Your Hearse, “Credence” foi a música escolhida seguida da “Closure” que ficou marcada pelo enorme coro feito no fim, ate a banda ficou surpreendida e parou de tocar só para comprovar que aquilo estava mesmo a acontecer, era visível na cara de Mikael Åkerfeldt, Martin Mendez e Martin "Axe" Axenrot ao olharem uns para os outros que não acreditavam que aquilo estava a acontecer, sem dúvida um momento para mais tarde recordar.

A banda toda é fã de Ronnie James Dio por isso em género de homenagem eles criaram a “Slither”, faixa incluída no Heritage, neste momento headbang era feito por toda a parte do Incrível Almadense. Assim que a música acaba temos mais um momento para mais tarde recordar, ouve-se saído do piso superior um uivo ao qual levou o publico a lançar um forte aplauso. Uma épica “A Fair Judgement” do album Deliverance seguida da atmosférica “Hex Omega” levou a banda para um merecido descanso.

Enquanto a banda não regressava o público lembrou-se de entoar novamente o coro da “Closure”. Com a banda já em palco chega a hora das apresentações da praxe, a apresentação de Martin Mendez ficou marcada pela brincadeira com Mikael em que Mikael pediu a Martin para subir para cima de uma das colunas que estava situada mesmo em frente ao palco, tal como fez Daniel Gildenlöw, vocalista dos Pain of Saltation, no início da noite, Martin recusou-se a fazer tal coisa por isso em género de dizer que aquilo era algo fácil o próprio Mikael subiu á coluna algo que fez o público todo aplaudir o gesto do líder dos Opeth. Com a apresentação de Fredrik Åkesson a brincadeira continuou onde tinha ficado, a pedido de Mikael, quando ele subisse novamente para a coluna, Fredrik faria o movimento característico de Rudolf Schenker, guitarrista dos Scorpions, mais um momento para animar a noite.

Joakim Svalberg, o novo pianista, foi muito bem recebido pelo público, também ele teve o seu momento a solo ao mostrar os cinco diferentes tipos de piano que tinha ao seu redor. Para o ‘gran finale’, Folklore, provavelmente a melhor música do Heritage, deu por encerrado um concerto que vai demorar muito tempo a sair da mente das pessoas que la estiveram. Pormenor final, são com concertos como este que os Opeth tem-se destacado individualmente do resto das bandas de Metal ao terem uma carreira recheada de qualidade e diversidade.

The Devil's Orchard
I Feel The Dark
Face of Melinda
Porcelain Heart
Nepenthe

(Set acustico)
The Throat of Winter
Credence
Closure

Slither
A Fair Judgement
Hex Omega

Folklore

Nota final: é preciso realçar os preços do merch disponível, a tshirt da tour, que tinha na frente a capa do Heritage e nas costas as datas da tour tinha duas versões, para homem e mulher, os preços foram um dos temas de conversa da noite, enquanto que a tshirt para homem custava uns míseros 10 euros, as mulheres, caso quisessem levar uma tshirt de mulher tinham que desembolsar 20 euros.

domingo, 20 de novembro de 2011

Ulver no Musicbox 19/11/2011

Eis o regresso de uma das maiores bandas de culto de todos os tempos, com um percurso tanto genial como curioso os Ulver voltaram ao nosso pais para um segundo concerto apos terem ca estado o ano passado na Casa da Musica.

Num dia muito feio em que o tempo esteve muito pobre, o ambiente á porta do Musicbox não se alterou minimamente, ver caras conhecidas, fazer novas amizades, fala-se de como pode correr o concerto, o tempo passa num instante.

Um concerto dos Ulver é sem dúvida algo de único porque a banda desde que fugiu ao som inicial de carreira que ficou caracterizado por uma sonoridade dentro do Black Metal, tem vindo numa demandada surpreendente de sons de álbum para álbum, vai entre o avant-garde (Themes From William Blake's The Marriage Of Heaven And Hell), eletrónica (Perdition City), trip-hop (Svidd Neger), experimental (Blood Inside) e musica ambiente (Shadows Of The Sun e War Of The Roses), um concerto dos Ulver na sua totalidade é uma experiencia única de vários sentimentos.

O concerto apresentado no Musicbox não fugiu á regra, uma mistura de cada álbum para cada pessoa sentir o ambiente á sua própria maneira. Na bagageira trouxeram a sua mais recente proposta, o War Of The Roses, uma das melhores perolas deste ano e o início do concerto ficou logo marcado com a retirada de quatro musicas desse álbum.

“February MMX”, “Norwegian Gothic”, “England” e “September IV” tocadas tal e qual como estão no album deram o mote para uma grande noite. Com “Lost In Moments” foi o começo do uso de eletrónica, o álbum Perdition City esteve bem representado nesta noite, ora vejamos a música que se seguiu, “Porn Piece Or The Scar Of Cold Kisses”. “Island” foi a ultima retirada do último álbum e uma explosiva “Darling Didn't We Kill You?” com um final mais elétrico do que a versão que é conhecida levou a banda para um primeiro encore.

Encore esse que ficou marcado com apenas 4 dos 6 elementos terem ido para os bastidores, o baterista e um dos programadores não saíram dos seus respectivos lugares porque no início do concerto já tinha sido complicado eles irem para os seus lugares de tao compacto que estava tudo em palco, e o publico la deu-lhes uma salva de palmas para eles não se sentirem de parte.

A banda pouco ou nada comunicou com o público, umas quantas palavras, nada de mais, eles deixaram a sua musica falarem por eles, e no que toca a apresentação em palco, a escolha do Musicbox foi uma má escolha, a banda é composta por 6 elementos e o espaço que parecia pequeno deixou de o ser quando a banda conseguiu encaixar tudo, bateria, instrumentos, maquinas de programação, entre outras engenhocas para reproduzir o som dos Ulver na perfeição.

“For The Love Of God” e “Little Blue Bird” foram o mostrar que as musicas simples conseguem ser belas. “Rock Massif”, da banda sonora que os Ulver fizeram para o filme Svidd Neger deve ter surpreendido muitos dos presentes antes de uma fantástica cover da musica “654321 (I Know What You Want)” dos The Troggs. Para o fim, a sentimental “Eos” do album Shadows Of The Sun de 2007.

Mais um grande concerto para os registos deste ano, pedir melhor a esta banda é complicado devido á grande variedade que é a sua discografia, mas desde que começaram a actuar ao vivo o estatuto da banda não tem parado de subir ainda mais.

February MMX
Norwegian Gothic
England
September IV
Porn Piece Or The Scar Of Cold Kisses Piece 2
Island
Darling Didn't We Kill You?

For The Love Of God
Little Blue Bird
Rock Massif
654321 (I Know What You Want) [The Troggs' cover]

Eos

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

The Atlas Moth - An Ache For The Distance

Este ano tem sido um ano recheado de lançamentos verdadeiramente únicos dentro do universo mais pesado, ate agora um dos mais notórios lançamentos, na opinião deste escritor, foi o dos americanos Ana Kefr e a sua mistura explosiva mas perfeita de quase todos os subgéneros que existem na música pesada.

No caso deste lançamento dos The Atlas Moth, não há uma incorporação tão grande de estilos como se regista no trabalho dos Ana Kefr, mas a sua mistura de Sludge sujo, Stoner cru, muito psicadelismo e guitarradas dignas de muitos trabalhos de Heavy Metal dos anos 80, tal combinação certamente que irá suscitar a curiosidade a muita gente.

Os The Atlas Moth vem de Chicago, Illinois, e este “An Ache For The Distance” é o seu segundo trabalho desde que se fundaram em 2007, mesmo com uma curta carreira eles já tiveram a honra de fazer tour juntamente com bandas de grande prestigio dentro do Sludge/Stoner, Crowbar e Kylesa são algumas dessas bandas.

Logo nos primeiros acordes de “Coffin Varnish”, primeira faixa do album, as influencias que estes rapazes têm dentro da música psicadélica vem logo ao cima e á medida que a música avança e aquele riff delicioso entra nas nossas cabeças somos logo apanhados pelo turbilhão de originalidade desta banda que, para os últimos segundos da ainda primeira faixa, reserva um daqueles momentos que ao vivo poe toda a gente a fazer coro.

“Perpetual Generations” é uma típica música no cruzamento de Sludge e Stoner, muita sujidade mas também tem muita genialidade. “Gemini”, é uma pequena música com cerca de 3 minutos de Doom Metal que facilmente podia ter sido transformada em algo a rondar os 15 minutos sem nunca perder a sua alma.Quando se pensava que “Coffin Varnish” era a única a ter riffs de guitarra capaz de nos prender, eis que levamos com “25s And The Royal Blues” mesmo em cima, tal como a primeira faixa o seu solo de guitarra podia/devia ter sido feito ate ao fim da música, mas claro, já estamos a entrar nos campos do gosto pessoal, mas é inegável uma coisa, uma pessoa ao ouvir esta música várias vezes certamente que a partir da 3º ou 4º audição irá por o volume no máximo sempre que chegar a parte do solo de guitarra.

Para o fim foi deixado “Horse Thieves”, uma música a meio tempo puramente Doom Metal, como encerramento não encaixa muito bem após um registo bem variado e com grandes arranjos, esta música ficaria melhor a meio do álbum. Para o fim deve-se sempre deixar uma musica que nos faça voltar a carregar no botão play novamente, neste caso não será esta musica a fazer-nos mexer o dedo mas sim musicas como “Coffin Varnish” e “25s And The Royal Blues” com os, nunca demais referir, excelentes trabalhos dentro do psicadélico. 9.1

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Sólstafir - Svartir Sandar

Por entre demos, eps e o álbum de estreia “Í Blóði og Anda” lançado em 2002, o início da carreira dos Islandeses Sólstafir ficou marcada por uma sonoridade dentro do Black Metal, embora em termos instrumentais a banda já vinha mostrando um pouco o querer fugir daquele som e ir pelo que tocam atualmente que é Metal/Rock Psicadélico, nota-se claramente que o álbum de estreia foi um álbum de pesquisa. Com o álbum de 2005 “Masterpiece Of Bitterness” deu-se início a essa transformação, o fugir do som cru do Black Metal e com o gigante “Köld” de 2009 foi o solidar do que são os Sólstafir neste momento da sua carreira.

Este ano foi lançado “Svartir Sandar”, um álbum duplo que segue as pisadas do seu antecessor, e só porque é duplo não pensem que isto tem uma duração enorme. Tal como o “The Guessing Game” dos Cathedral lançado o ano passado, este trabalho só é duplo por uma questão de estética porque a duração deste trabalho permite encaixar tudo num único disco, no caso do dos Cathedral, eles puseram intro, outro e algumas interludes para puderem encher espaço.

Com a sua mistura entre Post-Rock e Rock Psicadélico, este registo abre sem demoras com a sua música mais longa, “Ljós í Stormi” seguida de “Fjara”, uma faixa que parece uma música tradicional de um pais graças á sua simplicidade, ritmo e melodia. “Þín Orð” é a típica música que quando tocada ao vivo para levar toda a gente á loucura graças ao trabalho frenético de guitarra. Para o fim do primeiro disco ficaram “Æra”, que possui um grande trabalho de piano, e “Kukl”, uma música lenta, a meio tempo, talvez para servir como descanso ao ouvinte, algo do género seria interessante caso não tivéssemos que mudar de disco.

No segundo disco temos que dar destaque às faixas “Melrakkablús” com a sua grande beleza, grande porque é mesmo uma das mais longas aqui presentes e beleza porque incorpora um pouco de tudo o que a banda consegue fazer dentro do Rock, sem dúvida uma das melhores faixas deste trabalho. A embora curta mas energética “Draumfari” e extravagante faixa-titulo “Svartir Sandar” prepararam-nos para o melhor. Como se costuma dizer, para o fim fica sempre o melhor e aqui aplica-se essa célebre expressão.

A melhor comparação que se pode fazer á ultima faixa deste grande trabalho, a “Djákninn”, e isto que digo é para quem conhece os trabalhos da banda, é que esta faixa pode muito bem ser o irmão mais novo da faixa-titulo do “Köld”, para quem não conhece, ouçam ambas com os ouvidos bem abertos e em ambas vão sentir como se tivessem a serem inundados de energia e ganhassem forças para fazer seja o que for, ambas tem um nível de ‘growing’ enorme. 9.3

A ver se com este registo a banda ganha mais reputação e consigam fazer uma tour pela europa em nome próprio. Eles são uma banda com muito talento e ao vivo tem muita presença de palco, o ano passado passaram pelo nosso pais juntamente com os Swallow The Sun e os Mar De Grises e para quem não os conhecia de certeza que ganharam uns fãs nacionais naquela noite no Musicbox.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Amon Amarth + Septic Flesh no Incrivel Almadense 01/11/11

Pela segunda noite consecutiva o Incrivel Almandense pintou-se de negro, desta para receber os vikings Amon Amarth com o seu Death Metal tanto melódico como musculado e os Septic Flesh com o seu Death Metal que tem vindo a receber mais melodia principalmente no último registo da banda que grandes momentos sinfónicos.

Tal como é habitual num concerto de Metal o ambiente á porta do recinto é sempre de muita camaradagem e um ponto de encontro para ver amigos que normalmente só se vem nos concertos devido a morarem longe. Os maiores adereços visto foram sem duvida tshirts de Amon Amarth, não fossem eles a banda da noite, e claro, muitas tshirts das varias edições já realizadas do festival Vagos Open Air onde os Amon Amarth já la passaram na primeira edição realizada em 2009.

Antes do inicio dos concertos e á medida que se ia entrando no Incrivel Almadense, o Vagos Open Air foi tema de conversa já que durante a noite de ontem confirmou para a sua edição de 2012 dois nomes de peso, Enslaved, banda que nos últimos anos tem vindo a destacar-se como força prominente da cena Black Metal e não só graças às várias experimentações que podem ser ouvidas no excelente Axioma Ethica Odini lançado o ano passado. E os Overkill, a mítica banda de Thrash Metal que já leva uma carreira com mais de 30 anos e que o ano passado também lançou um grande registo intitulado de Ironbound.

A atuação dos Septic Flesh ficou marcada pela fraca qualidade de som, as partes melódicas das guitarras e as vozes limpas que se destacam nas músicas do último álbum mal se ouviam. Tendo a banda pouco tempo disponível eles não alargaram muito o tempo de antena da sua discografia e ficaram-se só pelos dois últimos albums, o Communion de 2008 e o The Great Mass lançado este ano.

Tirando os problemas de som a prestação da banda foi boa dentro dos possíveis, sempre a puxar pelo público e esse claro respondeu como melhor sabe, com diversos moshes. Musicas recentes como a “The Vampire from Nazareth” e “A Great Mass of Death” foram intercaladas com a faixa-titulo e a “We the Gods” do último álbum. Spiros "Seth" Antoniou foi sempre figura de destaque com os seus ‘are you ready motherfuckers?’. No final ficou reservada “Persepolis”, que a pedido da banda teve direito a uma wall of death.

The Vampire from Nazareth
Communion
A Great Mass of Death
We the Gods
Pyramid God
Five-Pointed Star
Anubis
Persepolis

Sala a abarrotar pelas costuras, cervejas em punho, bandeiras a esvoaçar, toda a gente está pronta, hora de Amon Amarth, “War of the Gods”, primeira faixa do álbum Surtur Rising lançado este ano, seguida da “Runes to My Memory”, mostram desde cedo a banda a querer dar espetáculo graças á sua grande boa disposição e o publico, como é normal nestes acontecimentos, responde com mosh a cada batida e riff. Quando se pensava que os movimentos entre o publico já tinham sido algo puxados eis que a banda toca a destrutiva “Destroyer of the Universe” e é aqui que vai tudo á loucura ao vermos os efeitos do mosh chegarem ate às partes laterais da plateia onde normalmente nunca há confusão e muita gente vai para essa zona mesmo para não levar com ninguém em cima.

Durante todo concerto a figura imponente que é Johan Hegg foi sempre o centro das atenções e os seus conhecimentos geográficos deixavam sempre muita gente a rir. Outro ponto a focar é a sua capacidade vocal, ele consegue ter o seu destaque na cena Death Metal porque ele é dos poucos cujas palavras se percebem tanto em estúdio como ao vivo. “Varyags of Miklagaard” com o seu ritmo a soar a hino de guerra pós não só a banda mas tanto o publico a fazerem headbang sincronizado. “Slaves of Fear” e “A Beast Am I” do album mais recente abriram portas para “Ride For Vengeance”, a primeira faixa do primeiro álbum da banda, o Once Sent from the Golden Hall de 1998.

A apoteótica “Free Will Sacrifice” foi seguida da “Death in Fire”, sendo o derradeiro hino da banda foi normal o ambiente vivido na sala, mosh a rebentar por todo o lado, já nem existiam pit’s, cabelos a esvoaçar, suor a escorrer de tanto mosh, o calor aumentou, viu-se o que esta música é para os fãs da banda. Para o encore ficou duas músicas do Twilight Of The Thunder God, a faixa-titulo para uns últimos headbangs e “Guardians of Asgaard” cujo refrão foi entoado a pulmões cheios pelo público.

Mais um grande concerto destes senhores que já ca tinham vindo em 2007 quando abriram para Dimmu Borgir em 2007 e também em 2009 na 1º edição do Vagos open Air, mas agora com um concerto em nome próprio mostraram o seu grande valor e qualidade e também o porquê de estarem no top do universo pesado.

War of the Gods
Runes to My Memory
Destroyer of the Universe
Live Without Regrets
The Pursuit of Vikings
For Victory or Death
Varyags of Miklagaard
Slaves of Fear
A Beast Am I
Ride For Vengeance
Embrace of the Endless Ocean
Free Will Sacrifice
Asator
Death in Fire
Twilight of the Thunder God
Guardians of Asgaard

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Moonspell - Concerto Wolfheart - Incrivel Halloween 2011

Devem ser dezenas, centenas, senão mesmo milhares as razões de muita gente considerar os Moonspell o expoente máximo do Metal nacional, a partir da noite de ontem consigo referir duas dessas razoes.

O Wolfheart, o álbum celebrado nesta noite de Halloween, alem de ser o representante máximo do metal nacional em terras estrangeiras como na Alemanha, onde a banda tem uma legião de fãs quase ao mesmo nível da nacional, é também considerado pelo industria musical portuguesa um dos melhores albums já feitos por artistas portugueses e tem lugar de destaque ao lado de albums de Rui Veloso, Amália, Carlos Paredes e Ornatos Violeta.

A outra é que eles são uma banda que qualquer pessoa que ouça Metal já os viu ao vivo pelo menos uma vez, mas mesmo assim conseguiram esgotar uma sala estando a comunidade metaleira prestes a entrar num dos meses com mais concertos de sempre no nosso pais, vou só referir os mais importantes, Amon Amarth+Septic Flesh, Opeth+Pain Of Salvation, Amorphis+Leprous, Ulver, Turisas+Gwydion e Machine Head+Bring Me The Horizon+Devil Driver+Darkest Hour.

O início do espetáculo ficou marcado por uma projeção em tela de imagens promocionais e fotos de concertos de diferentes pontos da carreira da banda e também de diferentes imagens alusivas ao álbum da noite, fotos de lobos foram intercaladas com as diferentes capas a que o álbum já teve direito.

Após uns longos 45 minutos de espera eis que chega a hora de imortalizar o registo Wolfheart ao ser tocado na sua íntegra. Do início ao fim o pessoal não arredou pé e em todas as músicas ouviram-se palmas a acompanhar as batidas, coro, grande parte dos presentes cantaram as músicas, melhor ambiente era impossível. Uma frenética “Wolfshade (A Werewolf Masquerade)” foi sinonimo de headbang e “Love Crimes” trouxe os primeiros coros da noite. “...Of Dreams and Drama (Midnight Ride)”, “Lua d'Inverno” seguida do hino “Trebaruna”, foi tudo interpretado na perfeição. Antes do clássico “Vampira” foi tocada a “Ataegina”, a entrada desta música no set pode ter sido estranha por não figurar no alinhamento original do álbum porque foi inserida como faixa bónus numa das edições mais recentes, mas foi sem dúvida um grande bónus para este noite de festa, com a seu veia de folk pôs muitos presentes a dançar.

Para dar como encerrada a primeira parte do espetáculo só falta duas músicas, a mítica “An Erotic Alchemy” seguida “Alma Mater” a que o Fernando Ribeiro deixou o público cantar grande parte da letra. Ver um Incrível Almadense esgotado com os três pisos pintados de pretos a cantarem a “Alma Mater” é daqueles momentos únicos na vida de alguém que gosta de Moonspell.

Para a segunda parte do concerto a banda só visitou dois registos, um foi a compilação de 2007 dos seus demos de início da carreira, o Under Satanæ, ao qual foram buscar “Tenebrarium”, “Opus Diabolicum”, “Goat On Fire”. Não sendo músicas bastantes conhecidas do universo de fãs da banda, a reação a estas músicas não foi muita, mas mesmo assim notou-se que havia varias pessoas a quem estas musicas pertenceram á sua adolescência nos anos 90. Durante a interpretação destas músicas estiveram em palco três dançarinas a fazer dança do ventre

Para o fim a banda ficou-se pelo seu segundo álbum, o Irreligious ao qual retiraram as suas melhores faixas. “Opium” tal como tinha sido a “Alma Mater” foi entoada pela maioria dos presentes. “Raven Claws” foi precedida sem descanso pela mística “Mephisto” e a habitual “Fullmoon Madness” deu por encerrada mais uma grande noite de um evento que já é habitual da banda quando chega a noite de Halloween. Uma última coisa a registar é podermos esperar por um novo álbum dos Moonspell já na Primavera de 2012.

Wolfshade (A Werewolf Masquerade)
Love Crimes
...Of Dreams and Drama (Midnight Ride)
Lua d'Inverno
Trebaruna
Ataegina
Vampiria
An Erotic Alchemy
Alma Mater
Tenebrarium
Opus Diabolicum
Goat On Fire
Opium
Awake!
Raven Claws/Mephisto
Fullmoon Madness