segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Mastodon + Red Fang no Coliseu dos Recreios 22/01/2012



Com apenas 45 minutos para actuar os Red Fang conseguiram impressionar muitos dos presentes, no bolso trouxeram a sua mais recente proposta que foi lançada o ano passado, Murder the Mountains. “Throw Up”, “Number Thirteen”, “Into the Eye” e “Malverde” foram algumas das musicas interpretadas pela banda e cantadas pelo publico que já as conhecia, mas claro, o concerto dos Red Fang teve o seu grande momento quando tocaram a sua musica mais conhecida, “Wires”.

Hank is Dead
Throw Up
Malverde
Wires
Into the Eye
Good to Die
Number 13
Humans Remain Human Remains
Sharks
Prehistoric Dog

Apos um concerto bastante fraco por diversas razoes na edição de 2009 do festival Optimus Alive, eis que os Mastodon regressaram ao nosso pais e num recinto fechado, um lugar onde podemos escutar na perfeição toda a qualidade que estes rednecks impregnam nas suas musicas, algo que passou despercebido a muita gente aquando da ultima passagem da banda Norte Americana ao nosso pais.

23 musicas, sim leram bem, foram escolhidas 23 musicas, 23 musicas que puseram um Coliseu dos Recreios num estado de pura loucura, os Mastodon são sem duvida das melhores bandas que podemos encontrar no Metal actualmente, por isso seria mais que obvia uma recepção calorosa da parte do publico nacional. As músicas do novo registo The Hunter, um álbum que figurou em praticamente todos os tops de melhores de ano feitos pelo mundo fora (ficou no 8º lugar para o Confronto de Almas), foram muito bem recebidas.

Uma coisa que marcou o antes do início do concerto foi quando tiraram o pano de frente da bateria do Brann Dailor, no bumbo figurava uma imagem de Randy Rhoads com a sua guitarra Karl Sandoval-V preta com os pontos brancos, a pintura do resto da bateria de Brann foi inspirado na guitarra de Randy.

Hora de destruir o Coliseu, “Dry Bone Valley” e o primeiro single do The Hunter, a “Black Tongue” mostraram cedo que muitas das músicas iriam ser cantas pelo público, quando os Red Fang actuaram ainda se via muitos fossos no público, neste momento eram poucos os centímetros de espaço disponíveis. “Capillarian Crest” deu origem a um desfile de air guitars e “Colony of Birchmen” foi um dos muitos momentos em que o público nacional teve que puxar da voz.

“Megalodon” para o caos, “Thickening” para cantar e apreciar e “Blasteroid” novamente para o caos demostram que esta banda sabe escolher bem a ordem das suas músicas. A “Sleeping Giant” ficou estranhamente marcada pela quantidade de crowd surfs que foram feitos, digo que foi estranho porque a musica é das mais calmas do repertorio da banda e foi a musica onde foi feito mais crowd surf, foram vistas quase umas 20 pessoas a fazer crowd surf, houve momentos em que os seguranças não sabiam para que lado se virarem porque as pessoas vinham todas de seguida e de vários lados.

Muita gente no final do concerto deve ter ficado de certeza com a garganta a arder, tantas vezes se ouviu coro e as “All the Heavy Lifting”, “Curl of the Burl” e “Bedazzled Fingernails” não foram exceção. A banda pouco ou nada comunicou, apenas deixaram que a sua música fala-se por eles, por isso sem descanso “Spectrelight” fez estremecer o Coliseu. “Circle of Cysquatch” e “Aqua Dementia” foi o duo perfeito para podermos apreciar a capacidade técnica da banda. “Crack the Skye” foi uma das duas que representaram o album de 2009, a outra foi a “Ghost of Karelia”.

Antes do ‘grand finale’ veio a explosiva “Blood and Thunder”, quando se pensava que na “Spectrelight” a loucura tinha sido muita então neste momento o Coliseu mais parecia um campo de guerra, o pit era gigantesco, praticamente todas as pessoas na plateia estavam num estado frenético, a força dos empurrões era tanta que as grades vergaram uns quantos graus e claro, mais uns momentos de susto para os seguranças quando os crowd surfs la voltaram.

Para o fim, a já esperada “Creature Lives”, que foi interpretada com os Red Fang em palco e cantada a plenos pulmões pelo publico que encheu por completo o Coliseu dos Recreios. É com concertos assim que as bandas cimentam a sua posição no mundo da musica. O ano ainda agora começou e há muitos concertos por realizar, mas este concerto arrisca-se, tal como o ultimo álbum da banda, a figurar em muitas listas de melhores de ano, som perfeito, setlist perfeita a passar por todos os albums da banda, ambiente infernal, esteve tudo no ponto, para o fim a banda prometeu regresso ao nooso pais no verão.

Dry Bone Valley
Black Tongue
Crystal Skull
I Am Ahab
Capillarian Crest
Colony of Birchmen
Megalodon
Thickening
Blasteroid
Sleeping Giant
Ghost of Karelia
All the Heavy Lifting
Spectrelight
Curl of the Burl
Bedazzled Fingernails
Circle of Cysquatch
Aqua Dementia
Crack the Skye
Where Strides the Behemoth
Iron Tusk
March of the Fire Ants
Blood and Thunder
Creature Lives

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Kylesa + Circle Takes The Square + KEN Mode no Santiago Alquimista 19/01/2012



A poucos dias de Portugal receber na mesma noite o nome forte e a banda sensação do Sludge Metal, o Santiago Alquimista encheu para uma noite de Sludge Metal/Hardcore.

Os KEN Mode (Kill Everyone Now Mode) mostraram uma energia fantástica em palco graças á sua mistura explosiva de Sludge Metal com Post-Hardcore. Com apenas umas dezenas de pessoas dentro do Santiago Alquimista, 40 minutos disponíveis para atuar e tendo como base o registo de 2011 Venerable, a banda mostrou uma prestação solida e de encher o olho. “Flight Of The Echo Hawk” e “Never Was” foram algumas das musicas escolhidas para mostrar ao povo português do que esta banda Canadiense é capaz.

Obeying The Iron Will
Book Of Muscle
Seul
Frye
Flight Of The Echo Hawk
Never Was

Para quem ainda não conhecia os Circle Takes The Square, de certeza que ao verem a figura franzina da baixista e vocalista Kathy “Coppola” Stubelek, ninguém esperaria o que ai viria, a distribuição perfeita de vozes entre ela e Drew Speziale (voz e guitarra) deixou muita gente espantada ao ouvirem aquela pessoa a cuspir todo o tipo de vocalização extrema.

Screamo, Hardcore Punk e Post-Hardcore, são o que podemos encontrar nas músicas dos Circle Takes The Square. “Same Shade As Concrete”, “In The Nervous Light Of Sunday” e “Our Need To Bleed” foram autênticos murros no estomago. O ano passado lançaram o EP Vol. I Chapter 1. Rites Of Initiation, do qual foram retiradas as musicas “Enter By The Narrow Gates”, “Spirit Narrative” e “Way Of Ever-Branching Paths”.

Same Shade As Concrete
Crowquill
Enter By The Narrow Gates
Spirit Narrative
Way Of Ever-Branching Paths
In The Nervous Light Of Sunday
Prefaced By The Signal Fires
Our Need To Bleed

Já íamos pelas 23 horas e finalmente já se avistava um Santiago Alquimista bem composto. O concerto dos Kylesa ficou marcado pelo volume exagerado das guitarras e do baixo, algo que tapou completamente as vozes de Phillip Cope e Laura Pleasants, foram raros os momentos em que se pode ouvir a voz de algum dos vocalistas. Talvez foi isto que levou muita gente a ficar aborrecida durante o concerto ao vermos muita gente quieta e quando as músicas acabavam com o passar do tempo eram menos e menos pessoas a aplaudir.

“Said and Done” e “Only One” (uma das poucas musicas em que se ouviu com clareza a voz de Phillip Cope) abriram um concerto que se esperava de grande festa mas que acabou por ser caótico embora energético. O Spiral Shadow, ultimo álbum da banda que já data de 2010, foi o álbum com maior destaque, “Tired Climb”, “To Forget” e “Forsaken” com direito a uma pequena jam entre os dois bateristas Carl McGinley e Tyler Newberry, como são músicas mais calmas em relação ao que a banda já fez no resto da carreira, foram músicas que deu para dar descanso a muitos ouvidos.

“Unknown Awareness” foi uma das músicas mais esperadas da noite mas os problemas de som foram constantes. Com a já mítica Scapegoat com a sua grande intro levou alguns dos presentes á loucura. “Running Red” e a explosiva “Where the Horizon Unfolds”, do album Time Will Fuse Its Worth, e com direito a um pouco de mosh, deu por encerrado um concerto onde vimos a banda a tocar tudo na perfeição tal como está nos albums, mas os problemas de som fizeram muitos estragos. Banda da noite: KEN mode, som perfeito e prestação exímia.

Said and Done
Only One
Tired Climb
To Forget
Bottom Line
Forsaken
Don't Look Back
Distance Closing In
Unknown Awareness
Hollow Severer
Scapegoat

Running Red
Where the Horizon Unfolds

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Anneke Van Giersbergen - Everything Is Changing



Anneke Van Giersbergen é daquelas pessoas onde não encontramos algo de mal a dizer, ela tem uma carreira musical brilhante a todos os níveis, já foi a vocalista dos The Gathering no qual lançou albums como Souvenirs e o fabuloso álbum duplo How To Measure A Planet?. A nível de participações já deu uma ajuda a diversas bandas e artistas dos mais variados estilos, Ayreon, Napalm Death, Novembers Doom, Moonspell, Devin Townsend, Anathema e Within Temptation são alguns desses nomes.

A juntar a isto tudo ainda podemos aliar a sua grande beleza e voz única, é impossível ficar indiferente ao que esta mulher faz. Desde que saiu dos The Gathering ela já lançou diversos albums tanto a solo como a sua banda Agua de Annique e ate um album a meias com Danny Cavanagh, um dos fundadores da banda Anathema.

Everything Is Changing é um misto de emoções e sonoridades, rock, pop, folk e ate mesmo electrónica e tem como produtor o nosso Daniel Cardoso, que aqui também toca piano, guitarra e baixo. Este registo começa pelo single que foi avançado no passado mês de Setembro, “Feel Alive” passando por “You Want To Be Free”, uma musica com um riff de guitarra delicioso. A faixa título é uma das várias musicas a meio tempo aqui presentes em que o que se destaca é precisamente a grande voz de Anneke.

As músicas “Take Me Home”, “I Wake Up” e “My Boy” fazem lembrar os primeiros registos dos Muse, parece mesmo que Anneke pegou em algumas musicas da banda Inglesa e meteu o seu cunho pessoal. Quando o piano começa na faixa “Circles”, somos logo levados no tempo até á musica “Wonder” do álbum de 2009 In Your Room dos Agua de Annique, mais uma vez Anneke mostra como simples mas bela a música pode ser.

“Hope, Pray, Dance, Play” e “Slow Me Down” roçam o Goth Metal, até arrisco a dizer que parece algo saído dos dois últimos anos da principal banda do estilo, falo dos Finlandeses Nightwish, aqui a voz da Anneke está num registo muito próximo de Anette Olzon, vocalista que em 2007 ocupou o lugar que dantes era da Tarja Turunen. Para o fim, “Too Late” e “1000 Miles Away From You” mostram a versatilidade desta grande cantora que ainda não teve o reconhecimento que devidamente merece. 9.1


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Entrevista: Ana Kefr

Os Ana Kefr, banda cujo álbum The Burial Tree (II), figurou no primeiro lugar do Top 10 de 2011, concedeu ao Confronto de Almas uma pequena entrevista, tendo Rhiis D. Lopez (vocalista/teclista) sido o elemento escolhido para nos esclarecer umas duvidas.

Confronto de Almas: Ana Kefr é uma palavra Árabe, que em Português significa "Eu sou Infiel", de onde surgiu a ideia para o nome?

Rhiis D. Lopez: Eu vivi durante cerca de três anos no Egito, cerca de metade do tempo em Alexandria, um quarto do tempo no Cairo e no resto do tempo andei viajando por todo o país e na Jordânia, Israel e Palestina. Quando voltei para os Estados Unidos em 2008, para visitar amigos e família, encontrei Kyle Coughran (guitarra/voz) e logo depois me apercebi que eu queria ficar e colocar todo o meu foco e energia na música. O Kyle tinha escrito a música “Takeover”, que pode ser ouvida no nosso primeiro álbum Volume I. O Kyle costumava mexer varias vezes com letras e ideias para as mesmas, e assim, quando ele me mostrou a “Takeover”, eu modifiquei-a um bocado ao meu estilo e pus algumas palavras minhas. Numa seção da música, eu decidi por o cântico "Ana Kefr" que, como você mencionou, é Arabe para "Eu sou Infiel / Descrente / Ateu." Isto foi claramente inspirado pelo tempo que passei no Egito e a viajar pelo Médio Oriente. Nós passamos algum tempo tentando encontrar um bom nome para a banda, e um amigo nosso indicou a parte "Ana Kefr" que constava na canção, ele disse que seria perfeito. Bem, ele estava certo!

Confronto de Almas: A música dos Ana Kefr é vasta e mistura vários estilos, quais são as principais influências?

Rhiis D. Lopez: Todos os elementos da banda têm gostos bem vastos e muito diversificados, ao ponto de nós raramente concordamos sobre o que é ‘boa’ música. Podemos concordar em generalidades, como a música progressiva em geral ou música clássica. Mas quando chegamos a algo mais específico, nós não ligamos, nem chegamos mesmo a desgostar, dos gostos uns dos outros, e acho que é isso que faz a nossa música sair do jeito que sai. Acho que a principal influência é na verdade a música clássica. Nós não nos sentamos com um género em mente, mas tendemos é a encontrar uma atmosfera ou um motivo para escrever sobre isso. Death e Black Metal são importantes para nós, assim como o Rock, Jazz e a música experimental. Tentamos não pensar em termos de gêneros e influências quando escrevemos.

Confronto de Almas: Todos os membros da banda apresentam ideias na hora de compor ou existe alguém que se encarrega disso e depois a banda trabalha à volta disso?

Rhiis D. Lopez: No Volume I, o Kyle escreveu a maioria das letras. Eu era o segundo principal contribuidor mas ainda estava encontrando o meu equilíbrio com a escrita de música para ser executada por uma banda de Metal. No entanto, o The Burial Tree (II) foi escrito principalmente num período em que os únicos membros da banda eram Kyle e eu e estávamos no processo de encontrar os membros que temos hoje. Foi ai que eu basicamente me cheguei á frente e trouxe muito mais para o processo de escrita. Embora o Kyle e eu tenhamos escrito muito material, o Brendan (guitarra, saxofone e voz), Alphonso (baixo) e Shane (bateria), que se juntaram depois á banda, ajudaram a dissecar e a escrever novas peças para fortalecer a composições – e às vezes chegávamos mesmo a remover uma seção, ou reescrever uma ideia inteira. Todos os elementos da banda trazem sempre ideias, mas o método mais comum de completar a música no passado tem sido baseado no material que o Kyle e eu escrevemos juntos, que depois em seguida, juntamos as ideias do resto da banda. No entanto, esta não é uma regra e no nosso próximo álbum não ficarei surpreso se houver uma contribuição mais igual de todos.

Confronto de Almas: Vendo que o álbum The Burial Tree recebeu muitas críticas positivas por todo o mundo, quais são os vossos planos para 2012, mais digressões?

Rhiis D. Lopez: Eu acho que poderemos entrar em modo de escrita muito brevemente, algo que poderá ocorrer durante outros acontecimentos ao longo do ano. A nossa primeira digressão nacional foi á apenas alguns meses atrás, e foi uma verdadeira inspiração para todos nós. Mas acredito que iremos fazer outra digressão antes de nos focarmos sobre um terceiro álbum. A ideia geral de momento é tocar alguns espetáculos de maior grandeza para assim expandirmos a nossa audiência, já temos alguns concertos marcados como banda de suporte para bandas como Possessed, Sabaton e My Ruin. O The Burial Tree (II) foi lançado á apenas 7 meses por isso sentimos que queremos gastar mais tempo a tentar que a sua musica chegue a mais ouvidos.

Confronto de Almas: Em 2010 lançaram o single “Tonight We Watch the Children F*cking Burn” (musica que está no fim do artigo) para celebrar um ano do Volume I, para 2012 irá haver repetição mas em relação ao The Burial Tree?

Rhiis D. Lopez: Já houve definitivamente conversa sobre isso. Nós já temos algumas ideias diferentes, mas não há garantias que algo possa vir a acontecer para este aniversário. Acho que a banda gostaria, sempre nos daria material novo para tocar ao vivo e satisfaria parcialmente aqueles que agora estão esperando impacientemente por mais música nossa.

Confronto de Almas: Hoje em dia as redes sociais são uma grande ajuda para as bandas puderem comunicar com os seus fãs, algo que os Ana Kefr fazem constantemente, como te sentes ao ver tanto apoio vindo de varias partes do mundo, sabendo que os Ana Kefr ainda são uma banda jovem?

Rhiis D. Lopez: É uma sensação incrível, é uma das coisas que eu aguardo ansiosamente todos os dias. É realmente gratificante e encorajador ver pessoas virem ter connosco por causa da nossa música. Para ser honesto, não posso sequer imaginar o que a música seria agora sem meios de comunicação social. Eu acho que a internet fez coisas realmente incríveis para uma banda independente como nós, abriu muitas portas e fez a nossa música acessível a pessoas que de outra forma não iriam ouvir falar de nós. A internet lança a luz do dia para a música underground.

Estas três perguntas finais foram respondidas por todos os membros:

Confronto de Almas: Quais as bandas que gostaria de fazer uma digressão conjunta?  

Alphonso Jimenez: Mastodon e Gojira.

Brendan Moore: Eu vou pensar em grande e dizer Metallica, Tool, Opeth, Between the Buried and Me e Mastodon.

Kyle Coughran: Gostaria de dizer Lamb of God, por causa da experiencia que eles já tem de tantos anos de estrada. Fazer uma digressão com eles seria algo para durar uns dois anos, mas seria muito bom.

Rhiis D. Lopez: My Ruin, Nekrogoblikon e Jahmbi, porque são bandas amigas nossas e garantidamente iria ser uma grande experiência ao longo da digressão.

Shane Dawson: Between the Buried and Me e Nekrogoblikon.

Confronto de Almas: Com que músicos gostaria de fazer um álbum?

Alphonso Jimenez: Nekrogoblikon.

Brendan Moore: Nekrogoblikon, Maynard James Keenan dos Tool.

Kyle Coughran: Opeth, ou então músicos do mesmo calibre, ou seja, uma grande coleção de bons executantes.

Rhiis D. Lopez: David Gilmour (Pink Floyd) para que fizesse um dos seus grandes solos numa música, Tom Waits para fazer ‘spoken word’ numa parte, mas preferencialmente eu não iria gostar de fazer um álbum de colaborações. Parece que é raro sair um bom produto no final.

Shane Dawson: Zappa Plays Zappa, Mike Portnoy, John Pettrucci, Nekrogoblikon, Jahmbi, Paul Gilbert, Billy Sheehan.

Confronto de Almas: Faça um top 3 de albums de 2011:

Alphonso Jimenez:
1. "The Hunter," Mastodon.
2. "Watch the Throne," Jay-Z and Kanye West.
3. "Beast," Devildriver.

Brendan Moore:
1. "Stench," Nekrogoblikon.
2. "The Hunter," Mastodon.
3. "Heritage," Opeth.

Kyle Coughran:
1. "Stench," Nekrogoblikon.
2. "Scurrilous," Protest the Hero.
3. "The Parallax," Between the Buried and Me.

Rhiis D. Lopez:
1. "Bad As Me," Tom Waits.
2. "A Southern Revelation," My Ruin.
3. "The Old Testament," Anal Cunt.

Shane Dawson:
1. "Stench," Nekrogoblikon.
2. "The Parallax, " Between the Buried and Me.
3. "A Southern Revelation," My Ruin.


quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Alcest - Les Voyages De L'Ame


Haverá melhor maneira de começar um ano do que com um novo registo da parte de Neige e os seus Alcest? toda a beleza e melodia que são impregnadas nas musicas da banda Francesa deixam logo qualquer pessoa apaixonada.

Com o EP Le Secret de 2005 a banda recebeu muitas atenções pela mistura que estavam a criar, mas só com a estreia em albums através de Souvenirs D'un Autre Monde (2007) a banda atingiu um culto imenso e conseguiu abalar o mundo do Black Metal ao ver a sua crueza ser misturada com Shoegaze dando-lhe uma alma mais simples e uns ideias longe do que o estilo que se originou na Noruega sempre impôs nas suas musicas. 

Em 2010 veio Écailles de Lune, um álbum que para este ouvinte/escritor não supera o seu antecessor, mas pode ser ouvida a mesma qualidade a que Neige sempre habituou os seus fãs. Para este ano, que para muita gente significa o fim da humanidade, eis que recebemos Les Voyages De L'Âme, que em português significa as ‘Viagens da Alma’. Este novo trabalho é essencialmente uma mistura perfeita dos dois primeiros albums e é a comprovação de que de França só vem mesmo coisas belas.

A abertura ficou a cargo do single lançado ainda em 2011, “Autre Temps”, uma música com Neige num registo completamente limpo deixou muita gente impaciente para que 2012 viesse rápido não fossem os Alcest das poucas bandas e também os reis deste género musical. Com 8:50 minutos de duração, “Là Où Naissent Les Couleurs Nouvelles” é a maior musica que aqui encontramos e podemos ouvir partes em que Neige nos leva para os campos do Black Metal, algo que ate chega a passar despercebido.

Na faixa-titulo e na “Summer's Glory”, é onde podemos ouvir Alcest no seu estado mais puro ao ouvirmos os principais elementos que compõe a sua música, Shoe-Gaze e Post-Rock, simplesmente divinal. “Beings of Light” ficaria bem só como faixa instrumental mas Neige achou por bem meter como fundo umas vozes de fundo, só a darem breves passagens, nada de palavras e o resultado é assombroso. Com “Faiseurs de Mondes” voltamos onde ficámos na “Là Où Naissent Les Couleurs Nouvelles” ao ouvirmos novamente Neige a cantar Black Metal, mas graças á mistura de vários tipos de voz a crueza do Black Metal nem se nota. 

Mais uma vez, Neige, líder inconfundível deste movimento, lança um registo para ficar para a história, e mesmo tendo o ano ainda agora começado, este album irá certamente figurar em muitos tops de fim de ano. 9.2