domingo, 22 de agosto de 2010

Um momento épico num concerto

Devido ao lançamento do novo cd dos Blind Guardian nestes dias tem-me dado vontade de ir ouvir mais uma vez os cds mais antigos da banda que foram juntamente com os Iron maiden os responsáveis por eu andar a ouvir Metal neste momento da minha vida, após ter ouvido os cds de estúdio também fui ouvir os ao vivo, coisa que em relação aos Blind Guardian nunca tinha feito.

Pois bem, a banda tem um dvd que se chama ‘Imaginations Through the Looking Glass’, as gravações foram feitas no primeiro ‘Blind Guardian Festival’ que se realizou em 2003, o concerto foi muito bem preparado para a gravação, com muitos efeitos pirotécnicos criados para criar uma atmosfera fantástica. O desempenho da banda neste concerto é excelente, o grau de envolvimento do público foi surpreendente até mesmo para os membros da própria banda.

E é aqui onde eu quero chegar, o ambiente gerado pelo publico é daqueles momentos que só se vê mesmo em concertos de Metal porque a maioria das bandas ao tocarem certas musicas não as tocam 100% igual como está no cd, quando são musicas com refroes poderosos para o publico fazer coro muitas bandas estendem isso ao máximo, e o que eu digo é especialmente visível quando a multidão continuava a cantar o refrão de "Valhalla" mesmo após a banda ter acabado de tocar.

Vejam o vídeo que deixo no artigo, no cd o Hansi Kürsch (vocalista) canta duas vezes o refrão após o enormíssimo solo de guitarra de André Olbrich, mas ao vivo eles esticam sempre essa parte, após o solo, Hansi canta uma vez ou duas vezes o refrão e depois o publico fica encarregue de cantar umas quatro ou cinco vezes, so que neste concerto acontece daqueles momentos que deixa qualquer banda de boca aberta, assim que a banda pára de tocar a musica o publico começa com os cânticos de apoio: ‘Guardian, Guardian, Guardian’, e assim no nada, antes que Hansi consiga fazer um mini discurso o pessoal volta a cantar o refrão da ‘Valhalla’: “Valhalla - Deliverance / Why've you ever forgotten me”, deixando Hansi sem palavras e conseguindo que Thomen Stauch dê-se uns toques na bateria para o publico saber que a banda os está a ouvir, é um momento único sem duvida.

Vamos la ver se agora com cd novo eles põe ca os pés para nós também fazermos algo do género.


domingo, 15 de agosto de 2010

Iron Maiden - The Final Frontier

Para quem não sabe, os Iron Maiden são provavelmente a melhor instituição de Metal que este mundo já viu, a sua dedicação á musica e os grandes fãs que a banda tem desde o inicio da sua carreira tornou a banda num monumento ao qual nenhuma outra banda conseguirá repetir tal feito, a sua ascensão ao topo da pirâmide é por mérito próprio sem ajuda de terceiros e se alguém duvida isso e põe outra banda como melhor porta estandarte do estilo chamado de Metal então é porque essas pessoas faltaram a algumas aulas sobre o estilo.

Assim que os Iron Maiden anunciaram um novo trabalho para este ano a alegria em mim foi enorme, sendo eu um grande fã da banda, tendo todos os seus cds, dvds, e mais umas quantas coisas raras que pouca gente no mundo tem, tendo já os visto 2 vezes (e a ver se os vejo outra vez já para o próximo ano) é normal para uma pessoa como eu ficar ansioso para o regresso destes ‘Monstros’, o ultimo trabalho, ‘A Matter of Life and Death’ já datava de 2006 e mesmo tendo boas musicas como ‘The Reincarnation of Benjamin’, ‘Different World’ e a ‘Brighter than A Thousand Suns’ a sua sonoridade em geral não gritava muito “Maiden”, mas agora com este novo registo, ‘The Final Frontier’ a banda consegue misturar um pouco dos últimos trabalhos desde o regresso do Bruce e do Adrian em 1999 com um pouco dos trabalhos da era dourada da banda, que foram os anos 80’ e que nos deram 7 cds que irão ficar para a historia do Metal, e so esse ponto é incrível, num espaço de 10 anos foram feitos 7 cds que tem sido influencias para muitas bandas de todos os cantos do mundo. Este novo trabalho que tem pitadas de ‘Seventh Son Of A Seventh Son’, ‘Somewhere In Time’ e claro do ‘Brave New World’ que foi o primeiro cd desde o regresso do Bruce á banda e é o cd que marca o inicio desta revolução na sonoridade da banda.

No dia 9 deste mês o álbum já circulava na internet, eu aguentei ate o ter fisicamente para o ouvir na integra, claro que as faixas ‘El Dorado’ e a ‘Final Frontier’ ouvi assim que a banda disponibilizou no seu site oficial, quatro anos á espera de algo de novo é muito tempo por isso quando a ‘El Dorado’ ficou disponível fiz o download a partir do site da banda e embora soa-se um bocado estranho nas primeiras audições a partir da 10º audição já era como uma viagem como se estivesse a ouvir um clássico da banda. Quanto á ‘The Final Frontier’ foi lançada juntamente com um vídeo em HD onde finalmente podemos ver o novo Eddie mas em versão animada, o vídeo em si está engraçado com o tema espacial que a banda parece que vai explorar nos próximos tempos, quanto á musica é pesada e com uma sonoridade mais ‘rockeira’ com um refrão perfeito para se cantar juntamente com a banda nos seus concertos. Uns dias antes de o cd ter ido parar á internet, já andava a circular pequenas previews de 30 segundos de cada musica, eu não ouvi nenhuma, mas sei de quem ouviu e não acredito que alguém tenha gostado de ouvir so uns segundos de cada musica, aliás, nem percebo a piada em ouvir 30 segundos de musicas com duração a rondar os 8 minutos.

(Sim, o que ta na foto é o vinil do Flight 666 e o cd e o vinil do The Final Frontier juntamente com um vinil raro cortado de 1983 do single the Trooper, e sim, são algumas coisas que eu tenho por aqui de Iron Maiden)

No ‘The Final Frontier’ uma coisa que notamos após umas quantas audições é que a banda aqui já explorou diferentes composições ao contrário do seu ultimo trabalho ‘A Matter of Life and Death’, em que as musicas seguem todas o mesmo ritmo, não querendo isso dizer que o cd fosse mau, eu gosto e já ouvi muitos bootlegs em que a banda tocou o cd na integra e o publico reage muito bem a praticamente todas as musicas. Muitas pessoas não gostaram, e compreendo o porquê, muitas musicas longas e ate um certo ponto aborrecidas, mas a maioria das pessoas que não gostaram são aquelas pessoas que só ouvem os clássicos, são pessoas que nos concertos da banda só querem clássicos e que durante anos tem esperado que a banda regresse a esses tempos e que façam um novo ‘Powerslave’ ou um novo ‘Seventh Son of a Seventh Son’, mas a banda já o disse milhares de vezes que isto tudo é uma evolução, quem não gosta que não ouça, a editora da banda á uns anos atrás forçou a banda a fazer musicas que soassem como as musicas dos anos 80 e banda literalmente mandou-os para um certo sitio, claro que a banda não irá dizer isso publicamente na cara dos fãs porque foram os fãs que os puseram onde a banda está neste momento, mas para quem não gosta do que a banda tem feito nos últimos anos o remédio é simples, não ouçam e se souberem que a banda irá tocar mais musicas recentes que antigas nos concertos, tal como tem feito nesta pequena tour de verão, essas pessoas que fiquem em casa, deixem os verdadeiros fãs irem para lá cantar tudo juntamente com a banda.

Uma coisa que deixou muitos fãs a pensar é no significado do titulo, Steve Harris desde sempre disse que o seu sonho seria fazer 15 cds com os Iron Maiden e com ‘The Final Frontier’ eis que chegamos a esse numero que esteve marcado na mente de Steve Harris durante muitos anos e o próprio titulo ‘The Final Frontier’ que em português significa ‘A Fronteira Final’ também poderá querer dizer que a carreira desta enormíssima banda poderá estar a chegar ao fim, mas mesmo que a banda decida acabar irá deixar muita gente a pensar porque a banda desde 2008 tem vindo a mostrar que está num excelente momento de forma a relembrar 1984/85 que foi a altura em que a banda lançou o ‘Powerslave’ e o magistral registo ao vivo ‘Live After Death’.

Pois bem, após esta (pequena) introdução, creio que está na altura de falar no mais importante que é o 15º registo da Donzela de Ferro e não há nada melhor do que falar um bocado da capa que foi a primeira coisa que percorreu o mundo juntamente com a musica ‘El Dorado’. O autor da capa é nada mais e nem nada menos que o Melvin Grant que foi o desenhador de serviço nas capas ‘Fear Of The Dark’ e ‘Virtual XI’, no ‘The Final Frontier’, Melvin, segundo ordens da banda, teve mais liberdade para fazer a capa, ao olharmos para a capa e compararmos com os primeiros trabalhos da banda em que Derek Riggs deu forma e vida ao Eddie aqui o Eddie como toda a gente conhece já não existe, aliás, o próprio Melvin Grant disse numa entrevista que aquela ‘criatura’ que iria figurar na capa não é o Eddie, nem ele sabe quem é, a banda é que quis assim o desenho e so mesmo a banda sabe o que está ali. A caveira com caninos e fazendo cara ‘evil’ que toda a gente conhece já não existe, pelo menos de momento. A imagem á primeira vista pode parece foleira mas ate tem a sua graça e consegue captar bem o tema espacial em que a banda está a aventurar-se, e para as pessoas que não gostaram muito do desenho apenas vos posso dizer que quem vir á venda o vinil numa loja que pelo menos pegue nele e veja bem o desenho, assim é que se nota bem todos os pormenores, eu quando fui comprar o meu juntamente com o cd fiquei durante minutos a admirar o trabalho apresentado.

Viramos então para a melhor parte disto tudo, as musicas, assim que ouvimos os primeiros segundos da “Satellite 15... The Final Frontier” ficamos a pensar, ‘será que o cd ficou mal gravado?’, é que o que nos é ali mostrado não tem nada a haver com o que a banda já fez ao longo de 30 anos, “Satellite 15...” são cerca de quatro minutos e meio de introdução bastante interessantes pelo facto de ser diferente de tudo o que a banda já fez, Adrian Smith mostra-nos aqui o que consegue fazer com um programa de pc á base de percussão. Após este sinal claro de mudança eis que rebenta ‘Final Frontier’, a faixa que já tinha sido disponibilizada juntamente com o vídeo, a musica tem uma sonoridade muito forte a Hard Rock. O trabalho de Nicko McBrain aqui é bem notório e guitarras estão bem pesadas, mas o suficiente para manter uma certa melodia, e o refrão é mais um que é perfeito para se cantar juntamente com a banda nos concertos.

“El Dorado”, a musica que qualquer fã de Iron Maiden já conhece há muito tempo, sendo a primeira musica disponível em 4 anos a banda no inicio parece que quis dar a ouvir um pouco de cada elemento e nada melhor como uma pequena explosão em que se ouve todos os instrumentos, quanto ao resto da musica é uma enorme cavalgada como os Iron Maiden e o Senhor Steve Harris no seu baixo tão bem fazem. A banda fez bem em mostrar esta música no inicio da tour, é uma musica muito boa para se tocar ao vivo e para levar o publico á loucura e por toda a gente a saltar.

“Mother Of Mercy” abre com um riff meio acústico a lembrar um bocado o trabalho de 2003 ‘Dance Of Death’, sendo uma música curta com cerca de 5 minutos, ela consegue ser a musica que melhor cresce á medida que o Bruce vai elevando o seu tom de voz mas mantendo a melodia que se sente na paixão ao cantar o refrão. Quanto ao solo de guitarra é um pequeno regresso ao passado a um certo álbum cujo nome é ‘Somewhere In Time’ e que introduziu na banda as guitarras sintetizadas.

“Coming Home” é uma musica bastante lenta a meio tempo e mais parece saída de um dos cds a solo do Bruce Dickinson, quem não conhecer que vá ouvir a “Tears Of The Dragon”, é uma das melhores musicas que o Bruce gravou a solo e a composição é a mesma. Isto trás um cheirinho a novo porque a banda nunca tinha percorrido estes caminhos mais melódicos como os que estão aqui apresentados, o solo tem muita melodia mesmo ao jeito de Adrian Smith que gosta de por tudo no seu devido lugar.

A “The Alchemist” veio deixar muitos fãs contentes, após muitos anos de espera eis que a banda grava uma musica 100% Heavy Metal tradicional, aqui não há nada que enganar, esta musica podia muito bem entrar num ‘Powerslave’ ou num ‘Piece of Mind’, quatro minutos e meio de duração, ritmo acelerado e guitarras bem ‘heavy’, as bases estão todas aqui, é perfeita para tocar ao vivo e misturar ao lado de clássicos como a “Trooper” e/ou a “Can I Play with Madness”

Com a “Isle Of Avalon” a banda decide recriar alguns dos seus clássicos, o inicio é bastante parecido com o clássico “The Loneliness Of A Long Distance Runner” e o resto da musica parece uma mistura muito bem conseguida entre a “Rime Of The Ancient Mariner” e a “Dream of Mirrors” que é do cd ‘Brave New World’ que para mim é o melhor álbum da banda nesta década. O ritmo da musica tem os seus altos e baixos tal como as musicas que referi em que parece que a banda usou como referencia e o solo mostra-nos sem duvida que o que não falta na banda é inspiração.

“Starblind” é uma das minhas musicas preferidas porque ficaria perfeita no trabalho de 2001 ‘Brave New World’ que é um dos meus cds preferidos de sempre da Donzela De Ferro, em termos de voz creio que é o melhor registo do Bruce neste trabalho, a maneira como ele canta o refrão ta absolutamente lindo: “Starblind, with Sun / The stars are one / We are the light that brings the end of night / Starblind, with Sun / The stars are one / We are, with the Goddess of the sun tonight”. Esta musica é a prova que a banda ainda tem muito para dar aos seus fãs.

No inicio da “The Talisman” parece que vai sair dali uma “Dance Of Death” parte dois, no inicio da musica o Bruce Dickison canta no mesmo tom da semi-balada que dá o nome ao cd de 2003, apos 2 minutos de musica acústica em eis que começa a loucura, a banda entra de rompante e Bruce puxa pela sua voz ao máximo,a meio tem um mini solo de guitarra repartido com uma cavalgada de Steve Harris, a estrutura da musica é claramente a que foi usada nos últimos dois trabalhos da banda, mas neste caso o resultado está muito melhor que muitas das musicas dos últimos trabalhos.

Com uma introdução lenta depois partindo depois para uma batida um bocado acelerada, “The Man Who Would Be King” faz lembrar os tempos em que o Blaze Bayley estava na banda, as mudanças de tempo são varias e isto tem um belo toque a rock progressivo, o solo de guitarra é a parte mais interessante da musica em que se pode ouvir as três guitarras. E para o fim o Bruce dá uso á sua voz melódica.

Com “When The Wild Wind Blows” chegamos ao final desta viagem cósmica e para o final a banda deixa-nos a musica mais longa deste registo, 11 minutos de duração, e que musica, quem diria que a banda ainda teria forças para fazer uma musica destas cheia de alma, energia e melodia. A música começa lenta com um som de vento como fundo, as guitarras e o baixo fazem uma melodia bem lenta, leve e suave. Os solos que seguem são magníficos, cheios de alma, isto é uma musica ‘á Iron Maiden’ e é uma das muitas musicas aqui apresentadas onde a veia progressiva da banda aparece bem vincada, são 11 minutos de duração mas são 11 minutos que mais parecem ser 3 ou 4 tal a rapidez com que a musica passa pelos nossos ouvidos e que depois nos deixa a pedir mais uns minutos de boa musica. Nesta musica o Bruce Dickinson canta em muitos momentos sem puxar muito pela voz mostrando que ele pode cantar em diferentes níveis, o caminho melodioso que a musica tem é simplesmente emocionante, esta musica podia muito bem entrar em qualquer cd dos anos 80, Steve Harris mais uma vez criou uma obra prima, basta ir ver á internet ver a resposta que a musica tem vindo a ter da parte dos fãs, esta musica deveria obrigatoriamente ser inserida na setlist da tour que a banda vai começar no inicio de 2011. Não poderia haver melhor desfecho, simplesmente espectacular e inspirador e que finalmente a banda mostra que ainda consegue criar algo de novo e fresco numa altura em que já foi praticamente tudo criado

Para finalizar, desde o regresso do Bruce e do Adrian á banda em 1999 a banda já lançou quatro cds ‘Brave New World’, ‘Dance Of Death’, ‘A Matter Of Life And Death’ e ‘The Final Frontier’, dos quatro, mesmo tendo boas musicas, os menos bem conseguidos são os ‘DoD’ e o ‘AMOLAD’ sem duvida nenhuma, quanto ao ‘BNW’ foi o inicio da revolução, revolução essa que parecia num bom caminho após vermos o ‘BNW’ a ser tocado quase todo ao vivo no concerto do Rock In Rio em 2001 e que conseguiu por mais de 200.000 pessoas a cantarem os refrões desse cd, depois seguiu-se uma fase de pouca inspiração e eis que em 2010 com ‘The Final Frontier’ a banda transpira criatividade, inspiração e equilíbrio, certamente que a banda calou muita gente que já vinha a dizer que a banda estava mais que gasta e sem inspiração,

Quanto á banda, Bruce Dickinson volta a mostrar o porquê de ser um dos melhores vocalistas de sempre ao lado de Ronnie James Dio e Rob Halford. Steve Harris mais uma vez está excelente com as suas emocionantes cavalgadas que toca no seu baixo. Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers partilham mais uma vez os grandes riffs e os deliciosos solos de guitarra e o Nicko McBrain continua o monstro que é sempre escondido por detrás da sua bateria.

Nota final: 9.2

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Black Sun Aeon - Routa

Fundados em 2008, os Black Sun Aeon são uma banda de Death/Doom Metal, após o primeiro cd de originais lançado o ano passado e que foi muito aclamado pelos fãs de Doom Metal Melódico, eis que o sucessor de “The Darkness Walks Beside Me” nos chega, “Routa” mistura tudo o que há de bom dentro do Doom Metal em termos de melodia, aliás, já é um habito de tudo o que é bandas Finlandesas criarem na perfeição musicas cheias de melodia, Amorphis, Nightwish, Moonsorrow, Ensiferum (que este ano tem também álbum novo, e que album), Swallow the Sun, entre muitas outras.

Este novo trabalho dos Black Sun Aeon é um registo duplo com duração máxima de 80 minutos, ambos contem 7 musicas, o primeiro cd, Talviaamu (Manhã de Inverno) foca-se mais numa sonoridade Doom/Death melódico, enquanto que o segundo, Talviyö (Noite de Inverno) tem elementos mais dentro da onda do Black Metal, a faixa-título por exemplo, Routa apresenta alguns riffs de Black Metal, e acaba por ser a única musica do primeiro cd deste registo duplo a mostrar-nos isso deixando o segundo cd com essa sonoridade. A vocalista Janica Lonn da banda de Metal Gótico Lunar Path empresta a sua voz fornecendo a maioria das vozes ouvidas na faixa ‘Dead Sun Aeon’ que é uma das melhores musicas deste registo com o seu Doom Metal Melódico perfeito.



‘Frozen’ com o seu refrão poderoso a mostrar a grande voz limpa do guitarrista/vocalista Mikko Heikkilä, ‘Sorrowsong’ sendo o melhor exemplo de puro Doom retirado deste registo e ‘River’ que tem um riff melódico delicioso são para mim as melhores musicas deste trabalho.

Globalmente, este é um álbum agradável de se ouvir, não é aquele Doom bastante lento e que se arrasta por 10 ou mais minutos em cada musica, muitos fãs de musica Melódica ficarão agradados com o que está aqui apresentado, no primeiro disco é mais para ouvintes que gostam de musica melódica com refrões ‘catchy’, o segundo já é mais virado para os aficionados de Doom bem escurecido. Este não é o melhor registo do género por ai de certeza, mas mesmo assim consegue captar fãs de diferentes estilos, ate mesmo de fora do Metal graças ás suas composições e isso torna-o num bom trabalho muito bem conseguido. 8.2/10

Download para os interessados: http://www.mediafire.com/?3kjtzwgkbmq

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Blind Guardian - At the Edge of Time

Eis que após um ‘A Twist in the Myth’ muito pouco conseguido em contraste com a boa carreira dos germânicos Blind Guardian, eis que a banda regressa com um trabalho grandioso com diversas passagens épicas.

Para os mais distraídos, os Blind Guardian são uma das principais bandas de Power Metal de sempre ao lado de nomes como Helloween, Stratovarius, Gamma Ray e os seus digamos principais, ou melhor dizendo mais bem conseguidos albums são o ‘Somewhere Far Beyond’ (1992), ‘Imaginations from the Other Side’ (1995) e o ‘Nightfall in Middle-Earth’ (1998), nestes cds a sonoridade da banda ficou bem vincada com os muitos arranjos orquestrais e os riffs bem pesados mas com muita melodia, e é neste ‘At the Edge of Time’ que a banda regressa á boa forma, segundo a banda cerca de 95% do que se ouve é tocado por instrumentos verdadeiros autênticos. Para o caso da “Sacred Works” e a “Wheel Of Times” - os temas que abrem e fecham este registo - a banda foi a Praga, eles gravaram ambas quase por inteiro com músicos da Orquestra do Estado Checo e o resultado tal como se pode verificar ficou excelente e a banda ficou muito agradada com o resultado obtido. Depois também existem passagens meio orientais que foram feitas por um violinista Turco, músicos de inspiração irlandesa na “Curse My Name” e a banda ainda tratou de arranjar um pianista e um piano a sério para a “Road of No Release”.

Pois bem vamos la então falar do cd, “Sacred Worlds” (é a musica do video, o vídeo é do jogo ‘Sacred 2’) tem uma entrada orquestral mesmo a dar o início a mais uma jornada épica da parte dos Blind Guardian, os arranjos orquestrais estão simplesmente épicos, a banda juntamente com a Orquestra do Estado Checo criaram aqui um monumento que irá certamente figurar nos concertos de promoção ao novo trabalho. “Tanelorn (Into the Void)” e a “Ride Into Obsession” é um regresso ao passado com refrões poderosos e com uma sonoridade meio Thrash meio Power muito rapida.“Road of No Release” é uma daquelas músicas que é em crescimento, primeiro tem uma introdução com piano e a musica vai subindo de nível ate ao fim em que está cheio de refroes bastante melódicos com coros á mistura.

“Curse My Name” é baseada no livro de John Milton, ‘The Tenure of Kings and Magistrates’ (O Mandato dos Reis e Magistrados), no livro ele diz como um Rei se deve comportar e ainda legitima o assassinato do Rei se ele não exercer as suas funções. Quanto á musica em si é a primeira balada do álbum com um ambiente medieval/celta tal como a banda o sabe fazer e os instrumentos usados são do mais variado, entre eles flautas, flauta de sopro e harpas. A partir do minuto 2:30 quando a banda embarca num som mais ‘Folk’ é onde se vê as muitas influências da banda, para quem conhece a carreira da banda a fundo irá notar o enorme cheiro á ‘The Bard's Song’, é um dos maiores clássicos da banda e é do cd ‘Imaginations from the Other Side’.



“Valkyries” e “Control the Divine” fazem-nos lembrar os trabalhos mais recentes da banda, ‘A Night at the Opera’ e o ‘A Twist in the Myth’, as musicas parecem vir desses trabalhos mas a sua composição ta muito boa, é sinal de que a banda so teve uns percalços de percurso nesses cds e que agora está de volta ás grandes musicas. “War of the Thrones” é a segunda balada do registo em que durante os versos só se ouve dois ou três instrumentos e que nos refroes são usados o maior numero de instrumentos possíveis para dar um ar de alegria a uma musica que tem momentos de tristeza, a musica é inspirada na saga de fantasia ‘A Song of Ice and Fire’ de George R. R. Martin e relata

“A Voice in the Dark” foi o single de avanço de promoção ao cd, nesta música a banda regressa inteiramente ao passado, guitarras bem pesadas e rápidas e refroes melódicos e Hansi Kürsch a mostrar que tem uma das melhores vozes de sempre. Tal como a “War of the Thrones” esta musica também é inspirada na obra de George R. R. Martin e conta a historia de Bran Stark que é uma das principais personagens da obra. “Wheel of Time” desde o inicio é notório que é a musica mais ‘oriental’ deste registo, tem momentos em que pela parte instrumental parece que estamos a ouvir uma musica dos Metaleiros Israelitas Orphaned Land. Segundo Hansi Kürsch: “Esta música é sobre a saga "Wheel of Time" (que já conta com 12 livros e mais a caminho) de Robert Jordan, mas principalmente é sobre a verdadeira fonte de poder que controla todos os homens que têm esse poder de modo que não há hipótese de um homem para se tornar o mestre da verdadeira fonte.”

Esta musica que vou falar agora nao vem no cd normal mas é uma das musicas que vem com o single “A Voice in the Dark”. “You're the Voice” é uma cover cuja original é da autoria do cantor de Pop Australiano John Farnham, a musica original já é épica com refroes fortes mas os Blind Guardian deram-lhe o seu toque pessoal e tornaram-na ainda mais épica e que certamente que se a tocassem iriam conseguir por o publico todo a cantar em uníssono “You're the voice try and understand it / Make a noise and make it clear / Whoa oh oh (ooOooOo…) / We're not gonna live in silence / We're not gonna live in fear / Whoa oh oh (ooOooOo…)”.

Nota final: 8.8/10