segunda-feira, 19 de julho de 2010

Barren Earth - Curse of the Red River

Eis mais um projecto com elementos de luxo vindos de diversas respeitadas bandas, tais como Amorphis, Moonsorrow, Swallow the Sun e.. Kreator.

Quando os super-grupos se juntam, o hype tem a tendência em superar o próprio produto e o nível de intensidade criado no início nem sempre se traduz bem no resultado final, neste caso isso não acontece, a pequena amostra que já vinha do EP ‘Our Twilight’ lançado em Novembro passado já nos dava a entender que algo de bom iria sair deste projecto, e eis que este ano chega o aguardado cd de estreia, ‘Curse of the Red River’. Graças á mistura de estilos que os seus elementos trazem o resultado final acaba por ser Death Metal Progressivo com sonoridades acústicas com largas influencias dos reis Opeth misturado com o Death Metal Melódico com sonoridade Folk dos Amorphis (inicio de carreira), para ser ainda mais simples de explicar como soa ‘Curse of the Red River’, peguem no lendário ‘Orchid’ dos Opeth e façam uma ‘fusão’ com o também lendário ‘Tales From the Thousand Lakes’ dos Amorphis.

Dos Amorphis vem dois antigos elementos, o baixista Olli-Pekka Laine e Kasper Mårtenson nas teclas, curiosamente ambos pertenciam á banda quando o ‘Tales from the Thousand’ foi gravado, aliás, ate foi o único registo onde Kasper pode emprestar os seus serviços, quanto a Olli foi um dos membros originais e gravou os primeiros 4 cds dos Amorphis. Dos Moonsorrow vêm Marko Tarvonen na bateria e o guitarrista Janne Perttilä. Mikko Kotamäki dos Swallow the Sun dá o seu grande contributo com a sua poderosa voz como se pode verificar em qualquer cd da sua banda. Para concluir as apresentações, Sami Ylisirniö dos thrashers Kreator - desde o ‘Violent Revolution’ de 2001 - deixa-nos uma grande variedade de riffs e solos deliciosos.

Graças ás varias influencias progressivas e melancólicas vindas de diferentes bandas este registo acaba por ter diversas surpresas a cada musica, uma coisa que se nota bastante á medida que vamos ouvindo este trabalho é, como já disse, a enorme inspiração nos trabalhos mais Death Metal dos Suecos Opeth, é que a mistura da melodia das teclas e dos solos de guitarra épicos com a bruteza dos growls aqui ficam misturados na perfeição em todas as musicas deste álbum tal como nos álbuns dos já mais que mencionados Opeth.

Este trabalho inicia logo com a faixa-titulo, nota-se logo de inicio as influencias referidas mas uma nota que é importante destacar é o final, as flautas um bocado influenciadas nos trabalhos da banda de Rock Progressivo, os Jethro Tull, misturam-se aqui na perfeição com um pouco de experimentalismo progressivo. A faixa ‘Our Twilight’ já vinha do EP, a voz gutural nesta musica (tal como quase todas as musicas deste registo) acaba logo por agarrar qualquer fã de Opeth, parece que o líder dos Opeth, Mikael Åkerfeldt, empresta a sua voz mas não, Mikko Kotamäki, tal como nos Swallow the Sun dá aqui o melhor de si, quanto á parte instrumental, ninguém consegue ficar indiferente ao estrondoso trabalho, riffs viciantes e solo de guitarra de deixar muita gente de boca aberta.

‘Forlorn Waves’ é a musica mais ‘Amorphis’ deste registo, tendo aqui o teclista que gravou ‘Tales from the Thousand’ já era de prever algo de melódico com influencias ‘folclóricas’ como se tivesse saído do trabalho gravado em 1994 pelos Amorphis. Com uma grande entrada mesmo digna de uma certa banda Sueca e as vozes tanto guturais como limpas mesmo no ponto, ‘Flicker’ acaba por ser uma das músicas mais épicas deste registo com os refrões a serem acompanhados com o excelente trabalho de piano de Kasper Mårtenson. ‘The Leer’ destaca-se pelo experimentalismo a que foi submetida, o trabalho de piano e guitarra a lembrar um bocado o estilo Power Metal é simplesmente do melhor. Com entrada dedicada aos primeiros trabalhos dos Amorphis, ‘The Ritual Of Dawn’ abre de rompante para depois no resto da musica nos mostrar um bocado da costela épica que Marko Tarvonen e Janne Perttilä trazem dos Moonsorrow com um fim de musica sempre em crescimento.


Ere All Perish’ e ‘Cold Earth Chamber’ parecem daquelas músicas que passam despercebidas mas com algumas audições vemos logo a beleza toda, se pegasse-mos nestas músicas e pusesse-mos num cd dos Opeth, o Blackwater Park ou o Orchid por exemplo, ninguém iria notar que elas serias os intrusos, a composição é tal e qual como os Suecos fazem e bem desde há muitos anos para cá. A ultima musica, ‘Deserted Morrows’ com um som um bocado acústico e mais a meio tempo torna-a numa musica obscura, o ultimo minuto fecha em beleza com todos os instrumentos a serem ouvidos num momento de pura loucura.

Com apenas um registo de originais, os Barren Earth já conseguiram - com mérito - um lugar entre as melhores bandas de Death Metal Melódico/Progressivo. Toda a experimentação apresenta, a grande atitude musical em misturar diversas sonoridades e também com as poderosas ‘clean vocals’ tornam ‘Curse of the Red River’ um trabalho a figurar em muitos top’s de melhores do ano.

Para os interessados:
Curse of the Red River: http://www.mediafire.com/?yznyddetgln

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Deep Purple no Coliseu de Lisboa 14/07/2010

Grande noite para os amantes de Hard Rock, os Deep Purple são ao lado dos Black Sabbath e dos Led Zeppelin os responsáveis pelos melhores hinos de Hard Rock/Heavy Metal da história.

O concerto abriu de rompante com a 'Highway Star', sendo o hino que é todos os presentes conhecem por isso a loucura foi logo de inicio com toda a gente a a saltar ou a fazer headbang. Durante o concerto a banda desfilou clássico atrás de clássico, 'Strange Kind Of Woman', 'Maybe I’m A Leo', na 'Fireball' assim que Ian Paice começa a tocar na bateria mais parecia um terramoto tal as vibrações que se sentiam no ar. Seguiu-se 'Mary Long', 'No One Came', 'Perfect Strangers' que conseguiu sacar muitos headbangs do público. Durante o refrão da ‘Space Truckin’ o Coliseu quase vinha abaixo, nesta ninguém perdoou, "Come on, Come on, Come on, let's go Space Truckin" dito a pulmões cheios deixou certamente muita gente sem voz, antes do encore tivemos direito ao que se calhar é o maior clássico destes avôs do Rock, toda a gente conhece o riff da 'Smoke On The Water' por isso a reacção foi instantânea. Para o encore tivemos a grande 'Speed King' seguida da tradicional 'Hush', que para os mais distraídos é uma cover de Billy Joe Royal, e para acabar em grande a classica 'Black Night '.

Ian Gillan foi um senhor, sempre bem disposto em palco, tanto ele como os seus colegas via-se nos sorrisos de cada um que eles gostam de fazer o que fazem, e ainda bem, a musica deve ser feita por prazer, mas como dizia, Ian Gillian mesmo já indo nos seus 64 anos ainda continua com uma poderosíssima voz que por diversos momentos ate acompanhou o guitarrista Steve Morse com os seus poderosos berros enquanto que Steve tirava uns quantos solos, durante o concerto, a idade foi um factor á parte, Ian esteve sempre de um lado para o outro a puxar pelo publico e em algumas situações ate andou a saltar em palco.

Roger Glover eram um dos mais bem dispostos, sempre com um sorriso na cara, teve o seu grande momento na Hush quando teve direito a uns minutos para mostrar que ele também tem técnica com um solo de baixo fazendo ate com que a certa altura que o publico fizesse diversos "heys, heys".

Ian Paice foi um mostro na bateria, assim que ele ia ao pedal a vibração era tanta, os 62 anos que tem ainda não lhe pesam, por diversos momentos também teve direito a uns quantos mini solos, durante a 'Speed King' teve os seus minutos a solo pondo muita gente a fazer air drums.

Steve Morse, que tem sido o substituto do eterno Ritchie Blackmore deu um show monumental, riff atrás de riff, solos de deixar muitos presentes de boca aberta, improvisos em quase todas as musicas, ontem a guitarra dominou, ate dominou demasiado porque era o instrumento com o volume mais elevado tendo ate mesmo tapado por completo a voz de Ian Gillan em diferentes momentos, na 'Well Dressed Guitar', que para quem não sabe, é um pequeno instrumental onde o que se destaca mais é mesmo a guitarra, aqui o Steve não perdoou dando asas á imaginação e estendendo o mais que possível a musica, na parte final, para quem conhece a musica, o ritmo é perfeito para acompanhar com palmas, e foi isso mesmo que aconteceu, todos os presentes estavam sintonizados, tal era a festa que todos os holofotes do Coliseu foram ligados para a banda ver que toda a gente estava ali para vê-los.

Don Airey, pianista, so esta com a banda de 2002 mas isso não lhe tirou protagonismo nenhum, tal como os seus companheiros ele tambem deu show, após a 'No One Cam'e ele teve direito a uns minutos para mostrar o que vale no piano, entre momentos de inspiração ate houve espaço para tocar a 'Cheira bem, cheira a Lisboa', claro que neste momento já estava toda a cantar a musica.

Estes Senhores deram uma lição a muitas bandas jovens de hoje em dia que chegam a um concerto tocam tudo á pressa e que nem se mexem em palco.

O público foi cinco estrelas, eu estive nas grades e não senti os tradicionais empurrões a matar vindos de trás, finalmente um concerto onde toda a gente se portou bem, cada pessoa esteve no seu lugar a curtir á sua maneira, do que vi não houve mosh, o que houve muito foi saltos, air guitars (mas houve alguem não tenha feito air guitar quando o Steve Morse sacava um solo??), headbangs houve com fartura, palmas a acompanhar os ritmos, houve de tudo e mais alguma coisa, sem duvida um dos melhores concertos do ano com casa esgotada, eu sou alto, a certa altura olho para trás pa plateia, cheia, bancadas, cheias, camarotes, ate no ultimo piso de todos havia gente, não cabia mais ninguém. Fossem crianças de 8 anos ou idosos na casa dos 70 anos, toda a gente estava ali para um concerto de puro Hard Rock/Heavy Metal como já não se faz há muito tempo.

Após o grande concerto que foi, nada melhor do que comprar um tshirt como recordação, enquanto estava na fila de espera, diversas pessoas vieram ter comigo porque queriam fotografar a setlist que eu tinha conseguido, uma dessas pessoas era um homem de 45 que estava acompanho do filho de 9 anos e da filha que tinha 15 anos, o brilho nos olhos e a alegria estampada na cara deles conseguia por muita gente contente, enquanto que o homem ligava a maquina eles olharam para a setlist e começaram a falar mesmo á fãs, "esta foi a loucura", "esta é a minha preferida", "eu sei a letra desta", digo-vos, ver aqueles miúdos á minha frente com aquela alegria toda após terem visto Deep Purple ao vivo mostra que ainda há esperança na juventude dos dias de hoje, assim que o pai deles tira a fotografia viro-me para os miúdos, "entao, gostaram?", e os dois ao mesmo tempo, "Siiim,", lindo.

Highway Star
Things I Never Said
Strange Kind Of Woman
Maybe I’m A Leo
Rapture Of The Deep
Fireball
Contact Lost
When A Blind Man Cries
Well Dressed Guitar
Mary Long
Lazy
No One Came
Keyboard Solo
Perfect Strangers
Space Truckin
Smoke On The Water
--------------------------
Speed King
Hush (Billy Joe Royal cover)
Black Night

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Optimus Alive 08/07/2010

Pois bem, assim que houve o cancelamento de Heaven And Hell enfiei logo na cabeça que não iria por os pés no Alive deste ano, ir dar 50 euros so para Faith No More era um bocado… pois bem, ontem era cerca das 14:30, uma amiga minha virasse e diz ‘tenho aqui na last fm um gajo a vender dois bilhetes para o dia de hoje a 30 euros’, eu após reflectir um bocado e ter ido ver o tempo la disse a ela para combinar com o tal gajo, se tivesse como Segunda ou Terça o mais certo era ficar em casa. La fomos ter com o gajo, compramos os bilhetes, fomos pitar qualquer coisa e depois fomos po recinto, chegamos la e já passava das 18:00, já pensávamos que iríamos ficar ca pa trás, entramos, fomos ver os preços das tshirt’s, fomos beber uma cola e ao irmos pa perto do palco vimos na grade mais afastada do palco um espaço para duas pessoas mesmo no meio, fomos na boa para la, sem pressas e puff, ficamos la o resto da tarde/noite.

Concertos: Biffy Clyro, nem aqueceu nem arrefeceu, eles ainda conseguiram sacar os primeiros ‘saltos-empurrões’ do publico mas não foi o suficiente para aquecer o pessoal para o que vinha ai, os nossos Portugueses Moonspell que desta vez trouxeram (finalmente) Anneke van Giersbergen que já tinha gravado com a banda algumas musicas. Este foi o meu 4º concerto deles e mesmo tendo a convidada que teve acabou por ser fraquinho, houve falhas no som dos micros, a energia da banda em palco esteve muito fraca e quanto á setlist, mesmo so tendo menos de uma hora creio que a falta da ‘Everything Invaded’ é um erro enorme, é a par da Alma Matter - já agora, a homenagem a Ronnie James Dio alem de bonita era também previsível - as melhores musicas que a banda tem no seu reportório que ao vivo conseguem sempre melhores reacções do publico, publico esse que não reagiu assim muito ás musicas dos Moonspell porque claramente eles eram a banda mais mal posta neste dia.

Alice In Chains, não me importo em dizer que nunca ouvi a fundo o que este banda já fez, sim pode ser um grande erro meu mas prontes, eu posso não conhecer a maioria das letras das musicas mas sei a grande maioria das batidas e sempre deu para acompanhar com uns quantos headbangs. Quanto aos Kasabian, destes conheço zero, ainda tentei ouvir com atenção para ver se poderia gostar mas esqueçam, aborrecimento completo, ate me deu o sono.

Alice In Chains:

Rain When I Die
Them Bones
Dam That River
Again
It Ain't Like That
Check My Brain
Your Decision
No Excuses
Lesson Learned
Acid Bubble
We Die Young
Man in the Box
Would?
Rooster

Faith No More, ui, que bomba, o Senhor Mike Patton arrebentou aquilo tudo, de todos os concertos que já vi na vida nunca tinha visto um vocalista com mais energia em palco do que o Bruce Dickinson, mas o Mike.. este sempre de um lado po outro, a rebolar-se no chão, o homem tanto ia de graves para agudos ou de voz limpa a berros de arranhar a garganta em menos de um segundo, ele alem louco de louco também tem a sua quota parte de cómico, tantas as vezes ao longo do concerto em que usou a palavra caralho, fosse para o publico cantar ‘porra, caralho, porra, caralho, porra, caralho..’, ou então á musica dedicada ao maior caralho em Portugal, que segundo o Mike, é também um palhaço de primeira e que toda gente no recinto ontem concordou.

Faith No More:

Midnight Cowboy (John Barry cover)
From Out of Nowhere
Be Aggressive
The Real Thing
Evidence
As The Worm Turns
Last Cup of Sorrow
Cuckoo for Caca
Easy (The Commodores cover)
Midlife Crisis
The Gentle Art of Making Enemies
Ashes to Ashes P
Ben (Jackson 5 cover)
King for a Day
Epic
Just a Man

Encore:
Chariots of Fire (Vangelis cover)
Stripsearch
Surprise! You're Dead!

Encore 2:
Caralho Voador

Neste video eu quando vai ter com o publico ele ficou frente a frente comigo mais a minha amiga:



Uma coisa que quero mesmo referenciar foi a grande atitude do publico, sim, podem ter havido momentos em algumas bandas em que o publico não cantou ou acompahou com palmas algumas musicas mas o mais importante foi que pela primeira vez nos últimos 4/5 anos deu para se estar num concerto sossegado, mesmo tendo havido um bocado de ‘saltos-empurroes’ esses quase nem chatearam ninguem, os constantes esmagamentos que se tem visto nos últimos anos em festivais e concertos ontem não houveram, cada pessoa esteve no seu lugar a cantar, saltar, bater palmas, etc, todos puderam ter um grande dia, e eu que tive mesmo nas grades não senti nada, a única vez em que houve empurrão foi quando o Mike veio ter com o publico e pôs-se quase á minha frente, assim que o homem chega ali foi a loucura, tudo a querer tocar no homem, eu ainda lhe toquei nos dedos mas houve quem conseguisse ate lhe tirar os sapatos quando ele decidiu lançar-se ás feras, ou como o Mike disse depois ‘que bestias’.

sábado, 3 de julho de 2010

Ozzy Osbourne - Scream


Digo desde já que antes de ouvir este cd não estava á espera deste grande conjunto de musicas porque nos últimos anos a carreira deste Senhor do Heavy Metal esteve um bocado em baixo.

A primeira coisa que notamos é a falta de Zakk Wylde na guitarra, para quem conhece a carreira de Zakk nos Black Label Society e tenha ouvido os últimos trabalhos de Ozzy Osbourne, é mais que notório as parecenças de uma banda para a outra, o estilo do Zakk Wylde, a maneira como ele cospe da guitarra os fabulosos riffs que cria é exactamente igual, é por isso que o Ozzy decidiu ‘libertar’ o Zakk Wylde, porque os últimos trabalhos da sua carreira a solo estavam a ficar mais como cds de covers dos Black Label Society.

Para este trabalho, que sucede ao Black Rain que já data de 2007, Ozzy decide ir buscar nada mais e nada menos do que Gus G, que so para terem uma ideia, alem de ter a sua banda, os Firewind que praticam um bom Power Metal, ele também já trabalhou com os Nightrage, Arch Enemy e Dream Evil contribuindo com alguns solos de guitarra em alguns dos cds de cada banda. Na primeira audição da primeira musica do cd é bastante claro que este é um dos registos mais pesados da carreira de Ozzy a solo e também o melhor dos últimos anos desde o magistral ‘No More Tears’. O tradicional Heavy Metal mistura-se aqui com um Hard Rock musculado que irá agradar a muitos fãs que tenham gostado de um dos grandes cds do ano passado, ‘The Devil You Know’ dos Heaven And Hell, banda do falecido Ronnie James Dio.

‘Let it Die’ inicia logo com um mini solo de Gus G mesmo a dizer ‘o Zakk já foi, agora sou eu quem manda aqui’, nesta música a voz inconfundível do Ozzy so se nota nos refrões, para completar, a musica tem um dos muitos solos que Gus G inseriu neste primeiro trabalho com Ozzy. ‘Let Me Hear You Scream’ é daquelas músicas que encontramos em todos os cds de Heavy Metal dos anos 80 onde os refroes conseguem por toda a gente num concerto a cantar em coro, "Let me hear you scream like you want it! (Want it!) / Let me hear you yell like you mean it! (Mean it!) / If you're gonna go down: Go loud! / Go strong! / Go proud! / Go on! / Go hard or go home!" irá ser certamente responsavel por alguns recintos partidos.

‘Soul Sucker’ faz-nos pensar, ‘entao, mas o Zakk foi embora ou não?’, é que os riffs aqui presentes são a característica principal do ex. guitarrista do Ozzy. ‘Life Won’t Wait’ mostra-nos a versatilidade de Ozzy, se nas primeiras músicas vemos um Ozzy frontal e a usar todas as energias que ainda possuiu aos 61 anos de idade, nesta musica ele dá-nos o seu lado mais melódico. ‘Diggin' Me Down’, ‘Crucify’ e ‘Fearless’ passam de rompante mostrando que Ozzy ainda está ai para as curvas e que ele não é aquele homem desengonçado que se tem visto nos últimos anos na tv.

‘Time’, é a par da ‘Let Me Hear You Scream’ a melhor musica deste registo, aqui vemos Ozzy Osbourne no seu melhor como já não se via há mais de 10 anos a quando da altura em que gravou o mítico ‘No More Tears’, aliás, este pode ser considerada a ‘No More Tears’ deste trabalho, tal a energia que ela transmite tal como a musica de 1991 que dá o nome ao cd em que ficou gravada.

‘I Want It More’ é a musica mais Hard Rock daqui, mesmo perfeita para uns quantos headbangs. ‘Latimer's Mercy’ segundo o próprio Ozzy é uma musica sobre a vida de Robert Latimer, que é um agricultor que em 1993 matou a sua própria filha, Tracy, que na altura tinha 12 anos e que sempre viveu em agonia porque durante o parto ele esteve privada de oxigénio durante vários minutos e isso levou a que ele ficasse incapacitada, tanto mentalmente como fisicamente, e devido a operações a que foi sujeita ao longo dos anos ela tinha varias costuras no corpo e que tinham que ir sendo controladas com medicamentos, medicamentos esses que a família não tinha como comprar, um dia o pai dela já não conseguia aguentar ver mais a filha a sofrer e decidiu leva-la para a carrinha, ligou uma mangueira ao escape e pôs a outra ponta dentro da cabina e deixou-a sufocar ate á morte, segundo o pai, ele fez aquilo por amor á filha e disse que os poucos medicamentos que ela tomava eram apenas uma forma de tortura. A musica é basicamente o Ozzy a contar como se fosse se ele tivesse no lugar do agricultor, “I won’t say I’m sorry / I can’t bring you back but I can’t leave you helpless / I’ll make the pain rest in peace / I’ll turn off the light and / Swallow your last breath / so close your eyes, fall asleep / Trust me, I’d never hurt you”.

O cd encerra com ‘I Love You All’, que são uns poucos segundos de agradecimento do Ozzy para os seus fãs.

Para concluir, está aqui um dos melhores de Heavy Metal do ano tal como foi o ‘The Devil You Know’ o ano passado, mas ate agora no que toca a Heavy Metal o cd do Blaze Bayley tem dominado este estilo, agora so falta é agora esperar pelo que os gigantes britânicos, os Iron Maiden, nos tem para oferecer.