sábado, 30 de julho de 2011

Ana Kefr - The Burial Tree (II)


Para se puder apreciar o novo registo dos Ana Kefr é preciso ter-se uma mente aberta e ser-se adepto dos mais vários subgéneros que se pode encontrar no mundo do metal. Apenas refiro isto porque neste registo, intitulado de The Burial Tree (II), os californianos Ana Kefr, cujos elementos tem gostos diferentes uns dos outros, misturam uma grande variedade de estilos que vai do Death Metal, ao Black Metal, passando por um estilo ainda estranho para a maioria dos ouvintes chamado Avant-Garde. Pelo meio somos apanhados por diversas passagens progressivas e também podemos escutar umas influências de Metalcore.

Tal como o Ghost Reveries dos Opeth em 2005, o Core dos Persefone em 2006, o To The Nameless Dead dos Primordial em 2007, o Colors dos Between the Buried and Me em 2008, o Crack The Skye dos Mastodon em 2009, o Axioma Ethica Odini dos Enslaved e o The Never Ending way of OrWarriOr dos Orphaned Land em 2010, este The Burial Tree (II) vem fazer o que os álbuns que referi fizeram na altura dos seus lançamentos que foi marcar um novo rumo para a música pesada. Como se pode averiguar tem sido uma tendência o aparecimento de vários álbuns que venham a mudar os bocados as regras do jogo ao longo dos anos e assim mostram ao mundo que ainda é possível inovar e manter na mesma uma qualidade enorme.

Como referi no inicio desta analise, este registo não é para os mais fracos embora isto tenha um bocado que vá agradar a cada ouvinte dos mais variados géneros ate mesmo os fãs de Metalcore, ouçam a “Parasites” e também a “In the House of Distorted Mirrors” por exemplo, podem ter uma surpresa. A banda ate para agradar os fãs de Grindcore meteu uma música bastante curta de poucos segundos intitulada de “Jeremiad”. Death e Black Metal são representados quase que em igualdade pelo trabalho fora e o uso de voz limpa é simplesmente divinal, aliás, é importante referir isto, o vocalista Rhiis D. Lopez faz aqui um trabalho assombroso, as mudanças que ele faz entre voz limpa e gutural e ate mesmo os diversos screams que ele alcança vão agradar a todo o tipo de fã de música extrema.

Tal como se tem notado nos trabalhos mais marcantes dos últimos anos como o Colors e o The Never Ending way of OrWarriOr por exemplo, aqui também se regista o uso de vários instrumentos que normalmente não se encontraria em trabalhos do género. O uso de piano e clarinete podem-se notar em algumas das músicas, a "Monody” até tem a honra de ter um pequeno solo de clarinete. As experiencias emocionais aqui sentidas são variadas, em certos momentos parece que estamos no meio do apocalipse de uns Meshuggah (ouçam a “The Zephirus Circus”) e depois estamos numa terceira dimensão de uns Unexpect (“Thaumatrope”).

Quando um álbum é lançado é normal haver uma música ou duas que se destaquem das outras, neste caso isso é muito difícil de se notar, todas são únicas e seguem uma ordem e entrelaçam-se perfeitamente, ouvir músicas soltas deste trabalho é quase como um crime.

Para concluir, este álbum é daqueles que ate se ouvir todos os pormenores é preciso umas quantas dezenas de audições, neste momento já perdi a conta das vezes que ouvi este trabalho mas ate prestar atenção a tudo o que a banda pôs aqui foi preciso muito tempo. Sem dúvida que merece destaque em diversos top’s para um dos melhores trabalhos deste ano mas sendo os Ana Kefr uma das muitas bandas cujo reconhecimento é ainda nulo de certeza que The Burial Tree (II) vai-se tornar uma das muitas pérolas esquecidas pela maioria da sociedade e que com o passar dos anos se irá tornar um objecto de culto. Para quem quer ouvir algo complexo, fresco e impossível de catalogar este registo é o ideal. 9.6

A musica “Thaumatrope” que a própria banda disponibilizou através do youtube:


Também disponibilizado pela banda, um pequeno making of do álbum:

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