segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Dream Theater + Periphery no Coliseu dos Recreios 27/02/2012



Os Periphery foram chamados para serem a banda de abertura, a sua sonoridade é interessante, em termos instrumentais misturam a técnica extrema de uns Meshuggah e de uns Gorod com o virtuosismo de uns Animals As Leaders e claro dos senhores da noite, Dream Theater. O ponto fraco da prestação dos Periphery acabou por ser a voz, o vocalista Spencer Sotelo usa diferentes registos de voz e em praticamente todas as músicas mal se ouviu a sua voz quando ele cantava num registo limpo, e ate mesmo os seus growls não combinavam bem com o tempo das musicas, o concerto dos Periphery foi só mesmo para fãs.

New Groove
Letter Experiment
Jetpacks Was Yes
Buttersnips
Icarus Lives
Racecar

A amizade entre os Dream Theater e Portugal é algo que todos os fãs da banda conseguem reconhecer, aliás, eles são das poucas bandas de renome mundial que quando vão em tour nunca se esquecem de vir ao nosso pais, uma das provas disso foi que o concerto o ano passado no Coliseu do Porto foi dos poucos que a banda deu num recinto numa tour em que estava previsto só tocarem em festivais.

O álbum A Dramatic Turn of Events lançado o ano passado recebeu críticas muito divergentes de todas as partes do mundo, mas esta tour tem vindo a provar que o este primeiro trabalho lançado desde a saída de Mike Portnoy é um álbum bem solido e quando transposto para cima de um palco consegue igualar com o resto da grandiosa discografia da banda Norte-America.

Tal como o ano passado no Porto este ano a musica “Dream Is Collapsing” que Hans Zimmer fez para o filme Inception fez as honras de abertura á medida que foi projetado uma pequena animação que figurava a banda no momento atual da carreira com o seu novo baterista Mike Mangini. A noite era de promoção ao novo trabalho por isso “Bridges in the Sky” e “Build Me Up, Break Me Down” deram início a um concerto de mais de duas horas, algo simples para uma banda que já teve momentos da carreira em que fazia concertos acima das três horas.

“The Root of All Evil”, uma música retirada do que é considerado por muitos fãs o ultimo grande álbum da parte dos Dream Theater serviu como entrada para um dos momentos da noite, o provar de que Mike Mangini não é um mero substituto mas sim um musico excecional, com um solo de bateria a percorrer a sua gigantesca bateria fez o publico vibrar por diversos momentos. A ponte temporal criada pelas músicas “A Fortune in Lies” “Outcry” (para quem não sabe são musicas do primeiro e do ultimo registo da banda respetivamente) serviu como um encerrar da primeira parte do concerto.

“The Silent Man” do Awake e “Beneath the Surface” do último trabalho foram tocadas num pequeno momento acústico só com LaBrie e Petrucci. “War Inside My Head” e “The Test that Stumped Them All” representaram o Six Degrees of Inner Turbulence, as musicas são a 3º e 4º parte da enorme faixa-titulo da que é a maior musica já gravada pela banda que tem cerca de 42 minutos de duração. A noite já vai longa mas a banda ainda tem uns trunfos na manga, diretamente do Metropolis Pt. 2 - Scenes from a Memory, para muitos, o melhor álbum da banda e ate mesmo do panorama Metal Progressivo, veio “The Spirit Carries On” com direito a coro da parte do público que compôs bem a sala lisboeta.

Com um solo de abertura dividido entre Petrucci e Ruddess, “Breaking All Illusions” (do ultimo álbum é a musica preferida deste critico) mostrou na sua totalidade o que muita gente já o sabe, os Dream Theater são uma máquina bem oleada, a sua música pode não agradar a toda a gente mas ninguém consegue ficar indiferente á qualidade destes músicos. John Petrucci é o mestre que é, o sempre tímido John Myung continua a mostrar qualidade de ano para ano, James LaBrie é um dos pontos que faz muita gente não gostar de Dream Theater mas a sua voz resulta bem com a musica virtuosa dos DT, Jordan Rudess é o brincalhão de serviço e Mike Mangini foi o mais aplaudido da noite. Já passava da 00:00 quando a banda tocou o que é considerado o seu grande clássico, “Pull Me Under”. Fecho em beleza, Dream Theater não sabem o que é falhar.

Bridges in the Sky
6:00
Build Me Up, Break Me Down
Surrounded
The Root of All Evil
(solo de bateria)
A Fortune in Lies
Outcry

Set acustico:
The Silent Man
Beneath the Surface

On the Backs of Angels
War Inside My Head
The Test that Stumped Them All
The Spirit Carries On
(Petrucci / Ruddess Solo Intro)
Breaking All Illusions

Encore:
Pull Me Under

5 comentários:

  1. Boa review six.... Já os vi no Porto há cerca de 8 meses e não tive pena de não ir ver agora... Se fosse tinha gostado, mas não me fez diferença... Também acho, tal como tu, um album solido. Acho-o apenas desinspirado, mais virado para a vertente mais tecnicista caracteristica do Prog Rock, e não tão sentimental como foram outros discos de Dream Theater...

    Quanto ao concerto, acho que o do Porto é capaz de ter sido melhor. Não foi tão virado para este novo disco. Mas este também, pelos vistos foi muito bom..

    Acho também que a Breaking All Illusions é, sem sombra de dúvida, a faixa mais bem conseguida de todo o album....

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  2. Grande concerto, sem dúvida!
    Sonoridade irrepreensível e músicos de topo... virtuosismo e brilhantismo!

    Faltaram algumas músicas "conhecidas"... mas com músicas de cerca de 10-12 minutos, seria um concerto de 3-4 horas...

    Banda a rever e rever... vale a pena! 8)

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  3. Boa review sim senhor... Nunca os tinha visto ao vivo portanto a minha expectativa era grande, só posso dizer que adorei o concerto, Dream Theater tem uma sonoridade espectacular, o Petrucci é um mestre autentico aquele homem não falha, confesso que apenas comecei a ouvir dream theater á cerca de 4 meses e tenho que dizer... ainda bem que comecei a ouvir pois o concerto foi um espectáculo absoluto... Que venham mais vezes =)
    Obrigado pela review

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  4. Dream Theater não se explica por palavras, ouve-se a música e assiste-se aos concertos. Já vi alguns, se não me falha a memória 4, infelizmente a crise fala mas alto e quando se vive longe dos grandes centros gasta-se o que se tem e não tem com deslocação, portagens, comida, etc, por esta razão deixei de assistir a este culto. Mas como estive no Porto a 17 de Julho de 2011 na estreia do Mangini, consigo aguentar-me. Pode ser que venham melhores dias e possa regressar às cerimónias épicas que são os concertos de DT. Abraço

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  5. A setlist do Porto pareceu-me melhor. Abrir com a "Under a Glass Moon" só podia melhorar se fosse com a "Overture", mas por outro lado, tocaram a "Surrounded" e a "Fortune in Lies"aí em Lisboa. Tal como disse o Face/Off, faltam sempre músicas, e noutros sitios tocaram a "metropolis" ou a "Count of Tuscany"...

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