
Para os mais distraídos, os Blind Guardian são uma das principais bandas de Power Metal de sempre ao lado de nomes como Helloween, Stratovarius, Gamma Ray e os seus digamos principais, ou melhor dizendo mais bem conseguidos albums são o ‘Somewhere Far Beyond’ (1992), ‘Imaginations from the Other Side’ (1995) e o ‘Nightfall in Middle-Earth’ (1998), nestes cds a sonoridade da banda ficou bem vincada com os muitos arranjos orquestrais e os riffs bem pesados mas com muita melodia, e é neste ‘At the Edge of Time’ que a banda regressa á boa forma, segundo a banda cerca de 95% do que se ouve é tocado por instrumentos verdadeiros autênticos. Para o caso da “Sacred Works” e a “Wheel Of Times” - os temas que abrem e fecham este registo - a banda foi a Praga, eles gravaram ambas quase por inteiro com músicos da Orquestra do Estado Checo e o resultado tal como se pode verificar ficou excelente e a banda ficou muito agradada com o resultado obtido. Depois também existem passagens meio orientais que foram feitas por um violinista Turco, músicos de inspiração irlandesa na “Curse My Name” e a banda ainda tratou de arranjar um pianista e um piano a sério para a “Road of No Release”.
Pois bem vamos la então falar do cd, “Sacred Worlds” (é a musica do video, o vídeo é do jogo ‘Sacred 2’) tem uma entrada orquestral mesmo a dar o início a mais uma jornada épica da parte dos Blind Guardian, os arranjos orquestrais estão simplesmente épicos, a banda juntamente com a Orquestra do Estado Checo criaram aqui um monumento que irá certamente figurar nos concertos de promoção ao novo trabalho. “Tanelorn (Into the Void)” e a “Ride Into Obsession” é um regresso ao passado com refrões poderosos e com uma sonoridade meio Thrash meio Power muito rapida.“Road of No Release” é uma daquelas músicas que é em crescimento, primeiro tem uma introdução com piano e a musica vai subindo de nível ate ao fim em que está cheio de refroes bastante melódicos com coros á mistura.
“Curse My Name” é baseada no livro de John Milton, ‘The Tenure of Kings and Magistrates’ (O Mandato dos Reis e Magistrados), no livro ele diz como um Rei se deve comportar e ainda legitima o assassinato do Rei se ele não exercer as suas funções. Quanto á musica em si é a primeira balada do álbum com um ambiente medieval/celta tal como a banda o sabe fazer e os instrumentos usados são do mais variado, entre eles flautas, flauta de sopro e harpas. A partir do minuto 2:30 quando a banda embarca num som mais ‘Folk’ é onde se vê as muitas influências da banda, para quem conhece a carreira da banda a fundo irá notar o enorme cheiro á ‘The Bard's Song’, é um dos maiores clássicos da banda e é do cd ‘Imaginations from the Other Side’.
“Valkyries” e “Control the Divine” fazem-nos lembrar os trabalhos mais recentes da banda, ‘A Night at the Opera’ e o ‘A Twist in the Myth’, as musicas parecem vir desses trabalhos mas a sua composição ta muito boa, é sinal de que a banda so teve uns percalços de percurso nesses cds e que agora está de volta ás grandes musicas. “War of the Thrones” é a segunda balada do registo em que durante os versos só se ouve dois ou três instrumentos e que nos refroes são usados o maior numero de instrumentos possíveis para dar um ar de alegria a uma musica que tem momentos de tristeza, a musica é inspirada na saga de fantasia ‘A Song of Ice and Fire’ de George R. R. Martin e relata
“A Voice in the Dark” foi o single de avanço de promoção ao cd, nesta música a banda regressa inteiramente ao passado, guitarras bem pesadas e rápidas e refroes melódicos e Hansi Kürsch a mostrar que tem uma das melhores vozes de sempre. Tal como a “War of the Thrones” esta musica também é inspirada na obra de George R. R. Martin e conta a historia de Bran Stark que é uma das principais personagens da obra. “Wheel of Time” desde o inicio é notório que é a musica mais ‘oriental’ deste registo, tem momentos em que pela parte instrumental parece que estamos a ouvir uma musica dos Metaleiros Israelitas Orphaned Land. Segundo Hansi Kürsch: “Esta música é sobre a saga "Wheel of Time" (que já conta com 12 livros e mais a caminho) de Robert Jordan, mas principalmente é sobre a verdadeira fonte de poder que controla todos os homens que têm esse poder de modo que não há hipótese de um homem para se tornar o mestre da verdadeira fonte.”
Esta musica que vou falar agora nao vem no cd normal mas é uma das musicas que vem com o single “A Voice in the Dark”. “You're the Voice” é uma cover cuja original é da autoria do cantor de Pop Australiano John Farnham, a musica original já é épica com refroes fortes mas os Blind Guardian deram-lhe o seu toque pessoal e tornaram-na ainda mais épica e que certamente que se a tocassem iriam conseguir por o publico todo a cantar em uníssono “You're the voice try and understand it / Make a noise and make it clear / Whoa oh oh (ooOooOo…) / We're not gonna live in silence / We're not gonna live in fear / Whoa oh oh (ooOooOo…)”.
Nota final: 8.8/10

Esse cd é perfeito!
ResponderEliminarValeu a espera dos 4 longos anos!