Pelo segundo ano consecutivo marquei presença na Lagoa do
Calvão, Enslaved foi a primeira confirmação que me deixou agradado, uma banda
que muito queria ver e que não pude ver na ultima edição do Bracara Extreme Fest. Mas foram
as confirmações dos míticos At The Gates e Nasum que me puseram num autêntico
estado de ansiedade, duas bandas que eu nunca imaginaria ver na vida finalmente
no nosso pais e no mesmo dia, com isto confirmou-se a minha deslocação ao Vagos
Open Air.
Os espanhóis Northland embora algo desconhecidos da maioria
dos presentes acabaram por ter um receção digna de uma banda que tocasse umas
horas depois, muita energia do princípio ao fim que pós em delírio muitos dos
presentes, o crowd surf apareceu cedo no V:O:A:.
Where The
Heroes Die
Northland
Whispers In
The Wind
The Old
Town's Inn
Immortal Forest Song
Revenge
Eluveitie aproveitou que o público estava sedento para mais
Folk Metal para mostrarem que eles são atualmente a melhor banda do género, com
uma set muito virada para o seu último lançamento Helvetios os Eluveitie
chegaram, arrasaram e convenceram quem ainda não os conhecia.Com os coros na ‘Alesia’
e a destruição na ‘Kingdom Come Undone’ (com direito a wall of death) do
excelente Everything Remains as It Never Was o concerto dos Eluveitie foi muito
bom e seguramente fará a banda pensar em ca voltar para uns concertos em nome
próprio.
Helvetios
Luxtos
Neverland
Bloodstained
Ground
Meet the
Enemy
A Rose for Epona
Inis Mona
Alesia
The
Uprising
Kingdom
Come Undone
Havoc
Que dizer de Enslaved, uma das bandas que mais se tem destacado
nos últimos anos graças a registos com uma qualidade enorme. Com uma set
extensa os Enslaved mostraram que o Black Metal não é só barulho como muita
gente pensa, dentro do espectro Black Metal eles são neste momento das
poucas, se calhar ate mesmo única banda que esteve presente no início do
movimento e que agora criam música simplesmente única e diversificada mantendo
na mesma as características essenciais do género.
‘Ethica Odini’ logo no início foi a intro perfeita para um
concerto fora de serie, ‘Ground’ para as senhoras deixou de certeza algumas
pessoas que ainda não conheciam Enslaved de boca aberta e a ‘Immigrant Song’ foi sem dúvida um dos
momentos do ano, cover mais que perfeita de uma música já mítica original dos
Led Zeppelin, o toque ‘Enslaved’ fez um resultado incrível. Para o fim quando
se pensava que iriamos ficar pela ‘Allfaðr Oðinn’ a banda toca um dos maiores
clássicos do seu catálogo, ‘Isa’ arrepiou e encantou ao mesmo tempo.
Ethica
Odini
Raidho
Fusion of
Sense and Earth
Ground
Return to
Yggdrasil
Giants
Ruun
As Fire
Swept Clean the Earth
Immigrant
Song (Led Zeppelin cover)
Allfaðr Oðinn
Isa
Em relação a Arcturus apenas digo que não vi o concerto em
si, apenas ouvi algumas músicas enquanto jantava e tal como suspeitei, (na
minha opinião) ICS Vortex não consegue interpretar as músicas que originalmente
foram gravadas com o mítico vocalista dos Ulver, falo de Kristoffer “Garm” Rygg.
A minha musica favorita dos Arcturus, a 'Nightmare Heaven', assim que acabou
fiquei parvo a pensar no que tinha acabado de ouvir, parecia que tinha sido
cantada na zona de campismo por pessoal bêbedo às 4 da manha através de um
megafone..
Creio ser impossível discordar quando digo que os At The Gates
marcaram a edição deste ano. Assim que a banda se reuniu em 2008, apos mais de
10 anos de inatividade, de certeza que todos os anos, desde que o Vagos se
formou, que o festival os tentou puxar ate cá sendo eles a banda mais
importante do movimento Death Metal Melódico. A confirmação de ATG vem mostrar
uma coisa que o Vagos tem aproveitado sempre que tem sido os regressos e
reuniões, em 2009 trouxeram Cynic, 2010 os Carcass, 2011 os Morbid Angel (com
um regresso muito criticado), e este ano tivemos uma chuvada, ATG, Nasum,
Coroner e Arcturus.
Toda a gente conhece o mítico Slaughter Of The Soul – album que
foi tocado quase todo na íntegra – por isso a reação às músicas retiradas desde
portentoso álbum fizeram as delícias das pessoas presentes no mosh pit. GO! foi
a palavra de ordem para um concerto em que são poucas as palavras que o
conseguem descrever. A favorita faixa-titulo, a exuberante ‘Under A Serpent Sun’,
a devastadora ‘Suicide Nation’, a inspiradora ‘Blinded By Fear’, a
faixa-perfeita-para-arrebentar-com-o-corpo-todo ‘World Of Lies’.. escolham
vocês mesmos qual o melhor momento deste mítico concerto que eu não consigo, só
sei que nunca mais me vou esquecer do que presenciei.
Slaughter
of the Soul
Cold
Terminal
Spirit Disease
Raped by
the Light of Christ
Under a
Serpent Sun
Windows
World of
Lies
The Burning
Darkness
The Swarm
Forever
Blind
Into the
Dead Sky
Suicide
Nation
Nausea
The
Beautiful Wound
Unto Others
All Life
Ends
Need
Blinded by
Fear
Kingdom Gone
Apos a total destruição que foi At The Gates era de imaginar
que seriam poucas as pessoas que ainda teriam forças para testemunhar o
concerto dos Nasum e o seu Grindcore, tal coisa veio a acontecer embora muitos
corajosos se mantiveram para ver o concerto desta mítica banda e no que toca ao
mosh pit mesmo sendo grande contou com um terço das pessoas que tiveram no pit
de At The Gates, em relação aos “desistentes” o vocalista Keijo Niinimaa
apelidou-os de ‘suckers’ por não terem forças para aguentar mais um concerto.
Sonoridade Grincore e festival ao ar livre.. de certeza que
não fui o único a temer que o som iria ser muito mau mas para surpresa das
supressas o concerto dos Nasum ate acabou por ter um som melhor que muitos
concerto no resto do festival, todos os instrumentos ouviram na perfeição e a
voz de Keijo Niinimaa, vocalista dos Rotten Sound prestou a devida homenagem ao
antigo vocalista da banda, Mieszko Talarczyk, que faleceu em 2004 no tsunami na
Tailândia.
Fecho de noite em grande de um concerto que agradou a muitos
presentes que desconheciam Nasum (eu próprio sei de alguns casos), destruição
foi a palavra de ordem assim que a fala do filme ‘Andy Warhol's Frankenstein’ de
onde a banda retira o nome se ouviu no sistema de som do festival, “..but what
we really need now is the perfect.. NASUM”, a partir daqui a banda mostrou quem
sempre foram os reis do género, dá mesmo pena que esta mítica banda do
Grindcore nunca mais irá atuar ao vivo depois deste ano.
Mass
Hypnosis
Scoop
Bullshit
Relics
Shadows
Corrosion
Multinational
Murderers Network
Parting Is
Such Sweet Sorrow
I See Lies
Tested
Time to
Act!
Fury
Wrath
I Hate
People
The Black
Swarm
Inhale/Exhale
Ao contrario do ano passado na manha de sábado, este ano o
tempo esteve perfeito na Lagoa do Calvão, uns quantos raios de sol a romper por
entre as arvores enquanto uma brisa suave soprava no ar, melhor era impossível
para se estar em boa companhia, começar a trocar impressões sobre o que se viu
no dia anterior e aproveitar para fazer novas amizades enquanto se jogava umas
cartadas e almoçava.
A cerca de 2 horas para a abertura de portas já se avistavam
algumas dezenas de pessoas junto á entrada do recinto, enquanto muita gente
ainda acordava ou estavam a descontrair á espera de mais um dia de peso, estas
figuras que estavam na porta só sabiam berrar e a dizer cenas sem anexo, como
se previa o ambiente estupido que se verifica sempre em festivais como Rock In
Rio e em concertos de certas bandas da moda (Metallica, Slayer, Megadeth,
Machine Head, etc) infelizmente chegou ao Vagos.. não sei se essas mesmas
pessoas se aperceberam mas toda a gente que estava na zona de campismo e na
zona de comes e bebes pensou que aquelas alminhas só estavam a passar figuras
tristes, ate os próprios seguranças falavam entre si para se abrir as portas
mais cedo só para que as pessoas se calassem..
Pondo de parte este infeliz momento que mais ninguém se quer
lembrar, assim que esses ‘fás’ entraram chegou a hora do resto do pessoal
começar a entrar, sem pressas a maioria das pessoas la foram entrando para
reservar o seu lugar, outras como eu foram dar mais uma vista de olhos á zona
de merch, no dia anterior só tive tempo de comprar a já obrigatória tshirt do
festival, mas este ano ate pareceu que havia menos oferta entre o merch em
comparação com o ano passado em que havia mais quantidade e diversidade.
Do 2º só prestei devida atenção a partir de Coroner, do que
ouvi de Mindlock eles são um rip-off bem fraco de Pantera, dá para aquecer o
pessoal mas nada de mais. Chthonic ate se ouviu bem enquanto se bebia uns copos
e Textures do que ouvi é como o que fazem em estúdio, não consigo gostar, é só mesmo para fãs.
Após mais umas horas de convívio e rever amigos chegou a
hora de levantar das mesas e ver do que os Coroner so feitos, deles só tinha
ouvido umas 2 musicas que me tinham mostrado e que eu acabei por gostar, mas sinceramente
não esperaria um concerto tao bom, mistura de Thrash, Heavy e Prog única, os 16
anos de inatividade não abrandou a banda.
Golden
Cashmere Sleeper, Part 1
(Intro
only)
Internal
Conflicts
Serpent
Moves
Masked
Jackal
Status:
Still Thinking
Metamorphosis
Die by My
Hand
The
Lethargic Age
Semtex
Revolution
Gliding
Above While Being Below
Divine Step
(Conspectu Mortis)
Grin (Nails
Hurt)
The Invincible
Os Americanos Overkill acabaram por ser uma boa surpresa e
fizeram as delícias da comunidade Thrash que se deslocou este ano ao V:O:A:. As
espectativas em torno deste concerto eram enormes, não fossem os albums Ironbound
(2010) e The Electric Age deste ano algumas das melhores propostas a
nível de Thrash Metal a serem lançados nos últimos anos.
‘Electric Rattlesnake’, ‘Ironbound’ e o clássico ‘Rotten to
the Core’ foram motivos mais que suficientes para se verificar uma enorme
loucura no epicentro do publico, mas foi a cover ‘Fuck You’ – original dos The
Subhumans – que pôs o Vagos inteiro a berrar em uníssono num final de concerto
que acabou por superar todas as expectativas, mas que se viu um Bobby Ellsworth
na voz a mostrar sinais claros que a idade já pesa.
Come and
Get It
Bring Me
the Night
Elimination
Wrecking
Crew
Electric
Rattlesnake
Hello From
the Gutter
Ironbound
Save
Yourself
Necroshine
Old School
In Union We
Stand
Rotten to
the Core
Fuck You
(The Subhumans cover)
No dia anterior tivemos o maior nome do Death Metal Melódico,
no segundo tivemos a banda que tem vindo ao longo dos anos redefinido essa
sonoridade, falo pois de Arch Enemy, esta foi a terceira vez que os vi e foi
notório ver que com o passar dos anos eles estão cada vez melhores, mas embora
estando melhores a nível técnico e no sentido de conseguirem empregar mais
agressividade, também vê-se bem que a banda tem estado muito em modo automático
nos últimos anos.
Nem com um Daniel Erlandsson na bateria com uma mão partida os
abrandou. Para Michael Amott foi a segunda vinda dele ao Vagos Open Air, tendo
sido a primeira em 2010 com Carcass. Com uma set um pouco curta para um cabeça
de cartaz, a banda percorreu um pouco pela discografia toda, os clássicos
‘Ravenous’, ‘Dead Eyes See No Future’, ‘We Will Rise’ e ‘Nemesis’ juntamente
com a ‘No Gods, No Masters’ da mais recente proposta da banda Khaos Legions,
foram as músicas com mais destaque de um concerto em que se espera melhor e que
no final ate poderia acabar mal quando se viu Angela Gossow com uma bandeira da
Espanha na mão, algo que muitos presentes não repararam porque ela foi avisada
a tempo e largou-a no chão antes de a erguer no ar, so deus sabe como seria a
reação das pessoas neste que foi o ultimo concerto do Vagos Open Air 2012.
Yesterday
is Dead and Gone
Ravenous
My
Apocalypse
Bloodstained
Cross
The Day You
Died
Under Black
Flags We March
Dead Eyes
See No Future
Guitar Solo
Silent Wars
No Gods, No
Masters
Dead Bury Their
Dead
We Will
Rise
Snow Bound
Nemesis
Fields of Desolation
Final de mais uma edição do Vagos Open Air, mais uma edição
de estreia para muitos presentes que certamente se irão juntar em mais futuras
edições de um festival que não para de se afirmar a nível nacional. Que para o
próximo ano a qualidade se mantenha e que as surpresas de última hora como foi
Nasum continuem para gaudio de muita gente amante das sonoridades mais
extremas.